Enterro ecológico dispensa o caixão de madeira |
NOTÍCIAS: 15/05/2010 - Mesmo após a morte, as pessoas podem demonstrar uma postura ecológica.
Os enterros naturais - aqueles que eliminam na medida do possível a
utilização de caixões e produtos químicos nas técnicas de embalsamamento
– estão ficando famosos no mundo, em especial nos Estados Unidos, e
demonstram que morrer não é mais pretexto para poluir.
Segundo a empresa Green Burial Council, dedicada à promoção de
enterros ecológicos, nos sepultamentos praticados nos EUA
tradicionalmente são empregados a cada ano 82 mil toneladas de aço, 2,5
mil toneladas de bronze e cobre e 1,4 milhões de toneladas de cimento
para manter os túmulos.
Outros dos problemas ambientais causados pelos enterros são os
líquidos desprendidos pelos corpos. Os processos de embalsamamento
supõem resíduos de até 3,1 milhões de litros de fluídos baseados em um
componente que a Agência para a Proteção do Meio Ambiente dos EUA
qualifica como 'provável agente cancerígeno'. Este líquido pode acabar
se infiltrando nos lençóis freáticos, e além disso, oferecem riscos para
os trabalhadores dos cemitérios, afirma a Green Burial Council.
Nos cadáveres, também se encontram em muitos casos obturações dentais
de amálgama metálica, que são extremamente poluentes para o meio
ambiente porque contêm mercúrio e, em determinados casos, marca passos,
que levam acopladas pilhas elaboradas com elementos também muito
prejudiciais para o meio ambiente. Outros serviços funerários como a
tanatoestética - a arte de maquiar os mortos - utilizam pequenas porções
de formol, um produto altamente tóxico.
Na construção de um caixão convencional de madeira maciça, é preciso
uma árvore, enquanto com o papelão seria possível fabricar 100
caixões com o mesmo impacto ambiental. Na Europa, um milhão de árvores
são cortadas anualmente para fabricar ataúdes convencionais, embora a
madeira mais prezada para este fim seja o mogno, que demora 50 anos para
crescer.
Opção natural
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A alternativa mais ecológica de enterro é voltar à terra de forma
mais natural, sem caixão nem embalsamamento, uma opção que, por
enquanto, nos EUA só é possível em alguns poucos cemitérios. Um enterro
'verde' também pode ser muito mais econômico para as finanças das
pessoas próximas dos falecidos.
Enquanto em um funeral tradicional só o caixão de madeira pode custar
US$ 8 mil, os enterros ecológicos custam entre US$ 300 e US$ 4 mil,
dependendo do preço do solo do túmulo. Mas para aqueles aos que acham
que ser enterrado sem caixão é algo muito extremo, uma boa opção são os
caixões biodegradáveis.
As cremações, realizadas tradicionalmente em grande parte da Ásia
e que entraram no mercado ocidental com muita reticência são, a cada
dia, mais solicitadas. Mas as emissões de gases das incineradoras,
principalmente pelos elementos tóxicos usados na fabricação dos caixões,
também prejudicam o meio-ambiente.
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A solução que algumas empresas oferecem, como a espanhola 'Limbo', é
manter o caixão tradicional de madeira, mas com uma cápsula
biodegradável em seu interior, que é a que se introduz no forno
crematório. Esta cápsula é elaborada com derivados da madeira ou
aglomerados e com fechaduras da própria madeira.
Para Jordi Requena, responsável da empresa 'Limbo',
'quando há um casamento se aluga um carro lindo, mas não se compra. O
mesmo pode ser feito com o caixão, desta forma estaríamos evitando a
contaminação e o desmatamento'.
A Limbo também comercializa urnas biodegradáveis para as
cinzas, que não utilizam resinas e são elaboradas com sal e gelatina -
que se desfazem na água - e terra. São novos modelos de urnas totalmente
inofensivas para o meio ambiente, e ideais para famílias que optarem
por jogar as cinzas do falecido no mar.
Para outros usos, a Limbo criou modelos específicos, entre eles urnas
feitas com areia de praia ou fabricadas com terra vegetal à qual se
incorpora uma semente de árvore, como antecipação da cadeia de retorno.
Globo Rural Online, com informações da Agência EFE