POLÍTICA: 26/05/2010 - Entre vitórias e denúncias, o publicitário Duda
Mendonça é uma marca. Considerado um “mago” no marketing político, o homem que
assinou a campanha vitoriosa de Lula em 2002 aceitou, aos 65 anos, fazer
a campanha de outro “mago”, o ex-prefeito Ricardo Coutinho (PSB).
Em entrevista exclusiva ao signatário deste blog, Duda Mendonça
revelou nesta quarta conceitos da campanha de Ricardo Coutinho e chegou a
compará-lo ao presidente Lula: “Ricardo Coutinho é um autêntico “novo”.
Assim como foi o “Lula” em 2002”.
Guardando alguns segredos para campanha, Duda disse que aceitou a
missão de trabalhar por Ricardo Coutinho porque apostou no perfil do
ex-prefeito pessoense.
“Quando encontro um perfil de um candidato que pode ser uma
novidade positiva, pode contribuir para ajudar a população de um Estado,
de um Município, do país, fico muito animado, bastante estimulado.
Ricardo Coutinho, com seu perfil progressista, com o trabalho realizado
em João Pessoa, com a proposta de fazer também um trabalho melhor ainda
em todo o Estado, me trouxe para a sua equipe de campanha”, declarou.
De forma objetiva e sucinta, declarou que não vai precisar
“modificar” o jeito de Ricardo Coutinho, considerado de pouco trato com a
classe política.
“Nós temos é de liberar o que as pessoas têm de melhor e mostrar
isto pra população. É abrir o coração e falar numa linguagem simples e
direta para as pessoas, sem rodeios, sem falsas promessas, sem
baixarias. Foi isto que ajudei a fazer com o Lula. Ele é ele e sempre
foi ele, como ainda agora é. Eu apenas ajudei-o a se mostrar para as
pessoas. As pessoas acreditaram nele, votaram nele e agora estão
satisfeitos com o voto que deram”, revelou.
Duda Mendonça anunciou ainda que o tom da campanha de Ricardo será
levar a experiência de João Pessoa como a esperança para toda a Paraíba.
E declarou que já está trabalhando no slogan, no jingle e nas peças
publicitárias da campanha.
“Ricardo Coutinho saiu do Governo com uma aprovação de 82 por
cento. Quase igual ao Lula. Só este dado – uma aprovação enorme desta –
já é um bom ponto de partida para a resposta a sua pergunta. Ricardo
Cotinho tem experiência, tem vontade, tem conhecimento; e sabe
governar”, disse Duda.
1 – Sabe-se que você recusou vários convites para campanhas
eleitorais este ano, levando em consideração o perfil das candidaturas. O
que o fez aceitar a proposta de disputa do ex-prefeito Ricardo Coutinho
(PSB)?
R – Gosto de trabalhar. Gosto de desafios. E gosto de bons
desafios. Quando encontro um perfil de um candidato que pode ser uma
novidade positiva, pode contribuir para ajudar a população de um Estado,
de um Município, do país, fico muito animado, bastante estimulado.
Ricardo Coutinho, com seu perfil progressista, com o trabalho realizado
em João Pessoa, com a proposta de fazer também um trabalho melhor ainda
em todo o Estado, me trouxe para a sua equipe de campanha. Candidatos
com o perfil de Ricardo Coutinho me convencem facilmente.
2 – Você terá condições de ter participação efetiva na campanha
de Ricardo Coutinho ou apenas poderá acompanhar de longe a produção
local?
R – Terei tempo sim. Na verdade o meu trabalho será de consultor.
Criarei a campanha, já estamos criando as peças, o jingle, o slogan, e
depois estaremos muito em João Pessoa, discutindo, fazendo pesquisas,
sempre em contato com a minha equipe, indo no mínimo a cada 15 dias.
3 – O que faz de Ricardo Coutinho potencial candidato ao Governo
do Estado? Qual o principal conceito a ser destacado em sua campanha?
R – Eficiência administrativa, gestão participativa e popular. Uma
nova forma, nordestina, Paraibana, do novo, na gestão pública. Ricardo
Coutinho pode colocar a Paraíba entre os Estados mais modernos do país
em termos de gestão pública, contribuindo para o bem estar da população
paraibana na educação, na saúde, na transparência administrativa.
4 – Como manter a tese do “novo”
se ele esta aliado com Cássio Cunha Lima e Efraim Morais, políticos da
velha geração política paraibana?
R - Ricardo Coutinho é um autêntico “novo”. Assim como foi o “Lula”
em 2002. Lula, no entanto, pra levar a frente o seu projeto de Governo,
que ninguém pode negar, tem sido até agora um sucesso, teve de fazer
composições políticas. A realidade do sistema político brasileiro pede
isto. Ricardo Coutinho para governar depois das eleições precisará de
alianças. Precisará de apoio político aqui e em Brasília. Isto
facilitará o sucesso de suas políticas.
5 – A questão do vice é um debate político, mas passará também
pela questão conceitual de agregar valores: qual é o melhor perfil para o
vice de Ricardo?
R – O debate político cabe ao Ricardo. É ele quem deve comandar
este processo de definição do perfil de um vice-governador.
R – Olha, não concordo com esta definição, “figura menos afável”,
para o Ricardo Coutinho. Ao contrário, acho ele muito afável, sim.
Falando de maneira geral – veja bem não estamos falando do Ricardo – não
devemos modificar as pessoas ou as pessoas não devem ser “modificadas”,
como você disse. E tampouco, o Lula foi “modificado”, só pra deixar
tudo claro. Se você tenta modificar uma pessoa ela se tornar artificial e
as pessoas percebem. Não é por aí. Nós temos é de liberar o que as
pessoas têm de melhor e mostrar isto pra população. É abrir o coração e
falar numa linguagem simples e direta para as pessoas, sem rodeios, sem
falsas promessas, sem baixarias. Foi isto que ajudei a fazer com o Lula.
Ele é ele e sempre foi ele, como ainda agora é. Eu apenas ajudei ele a
se mostrar para as pessoas. As pessoas acreditaram nele, votaram nele e
agora estão satisfeitos com o voto que deram.
Luís Tôrres