quinta-feira, 20 de maio de 2010

Efraim informa exoneração de envolvidos em escândalo e garante colaborar com investigações policiais

A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva

Efraimmorais_20100123_130445NOTÍCIAS: 20/05/2010 - O senador Efraim Morais (DEM) divulgou nota à imprensa na tarde de hoje se defendendo das acusações de que teria contratado duas funcionárias fantasmas em seu gabinete no senado Federal. De acordo com a nota, as três pessoas envolvidas no escândalo já foram exoneradas.

Efraim solicitou ainda a colaboração de funcionários do gabinete com as investigações da polícia. “O senador espera que a Polícia Judiciária, bem como outras autoridades concluam as investigações para apontar os devidos responsáveis”, diz a nota.

O senador também lembrou em sua defesa que todos os servidores contratados no Senado Federal tomam posse apenas após a assinatura de vários documentos, e que por isto era impossível alguém ser empossado sem saber da nomeação. “Não é crível imaginar que alguém possa ser funcionário sem saber da nomeação”.

A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva. Ambas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Para isso, elas assinaram procurações que iriam para a universidade.

“ Ela pediu nossos documentos, autorização para abrir conta no banco e depois ela falou que ia passar o número da conta e o cartão para gente, para podermos estar recebendo esse auxílio. Aí o tempo foi passando, e elas traziam pra gente até em casa a quantia” contou Kelriany.

A descoberta foi feita no mês passado, quando Kelriany conseguiu um emprego e foi ao banco abrir uma conta. Só neste dia a estudante descobriu que ela e a irmã já tinham contas correntes, e estavam empregadas no gabinete do senador Efraim Moraes (DEM-PB). O salário de cada uma das irmã era de R$ 3,8 mil.

“Nunca imaginei que eu poderia ser uma funcionária fantasma. Nunca me passou pela cabeça”, disse Kelly.

Nos documentos que entregaram à Polícia Civil, as irmãs aparecem na relação de funcionários do gabinete do senador. Uma das amigas que pediu a procuração é Mônica da Conceição Bicalho, que trabalha para o senador. O parlamentar não quis conversar com a equipe do Jornal Nacional. Mônica declarou que as duas irmãs prestavam serviço ao gabinete, e que o senador não tinham conhecimento das irregularidades.

Em 2008, ele teve de demitir seus parentes do gabinete devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao nepotismo. No mesmo ano, surgiram denúncias de que ele estaria envolvido com fraudes nas licitações do Senado para contratação de empresas terceirizadas. O parlamentar acabou inocentado na investigação da Corregedoria da Casa.

Confira a nota na íntegra:

GABINETE DO SENADOR EFRAIM MORAIS

Nota de Esclarecimento

Com relação à notícia veiculada pela imprensa, dando conta de possível contratação irregular de servidores por parte deste gabinete parlamentar, temos a esclarecer o seguinte:

1.   Todos os servidores contratados no Senado Federal tomam posse com assinatura própria em diversos formulários e realizam exames médicos personalíssimos de aptidão. Não é crível imaginar que alguém possa ser funcionário sem saber da nomeação.

2.   No caso em questão, a contratação destas pessoas foi solicitada ao gabinete pela Drª Monica da Conceição Bicalho, emérita especialista em Direito de Estado, para auxilio em seu núcleo de trabalho. É evidente que cabe a chefia imediata a responsabilidade sobre a regular execução de serviços prestados.

3.   Diante destes fatos, o senador Efraim Morais já solicitou a exoneração das três pessoas envolvidas na questão: Kelly Nascimento Da Silva e Kelriany Nascimento Da Silva, bem como da bacharel Mônica da Conceição Bicalho.

4. O senador Efraim Morais espera que a Polícia Judiciária, ou qualquer investigação externa, concluam o inquérito necessário para apontar possíveis responsabilidades. Determina que este gabinete ofereça toda colaboração possível, inclusive documentos para exames periciais grafotécnicos.

19 de maio de 2010
Marcos Vinicius Caldas Souto

Chefia de Gabinete