quinta-feira, 13 de maio de 2010

Para entregar a aliados, governo ameaça usar força policial para tomar Hospital de Catolé do Rocha

POLÍTICA: 13/05/2010 - O prefeito Edvaldo Caetano (foto) não vota no governador José Maranhão (PMDB). Uma pena: se votasse não estaria sendo ameaçado de perder o controle do Hospital Distrital Américo de Vasconcelos Maia, que está sob a administração da prefeitura desde 2005, conforme contrato de comodato que se estenderá até dezembro de 2012.
 
Para entregá-lo a aliados políticos, o governo Maranhão III pretende suspender o contrato e tomar o Hospital. Procuradores do Estado, segundo o prefeito, estiveram no município esta semana e ameaçaram usar força policial para atingir o intento.
 
Vale lembrar que, além de mais de 30 cargos, o hospital atende milhares de pessoas de Catolé do Rocha e da região. “Querem fazer do Hospital um cabide eleitoral”, denuncia o prefeito, que tem a infelicidade de ser oposição ao governo.
 
Edvaldo Caetano se recusou a acompanhar o deputado federal Armando Abílio, presidente do PTB paraibano, quando da adesão ao projeto de reeleição ao governador José Maranhão (PMDB).
 
 
ENTENDA O CASO
 
O assunto já está na Justiça. E aí onde reside a confusão. No ano passado, o governo entrou com ação para rescindir o contrato e retomar a gerência do Hospital. O juiz Carlos Sarmento rejeitou a ação. O governo recorreu em forma de agravo ao Tribunal de Justiça que, por unanimidade, acatando voto do desembargador Luiz Silvio Ramalho, manteve a decisão de primeira instância.
 
Recentemente, o governo entrou com novo pedido e, curiosamente, conseguiu liminar do desembargador Romero Marcelo para assumir a direção do Hospital. O curioso é que Romero Marcelo votou, junto com o TJ, com a manutenção dos serviços geridos pelo município.
 
O advogado Jonhson Abrantes, que defende a prefeitura de Catolé do Rocha, levanta a hipótese de que houve um equívoco de assessoria por parte do desembargador Romero Marcelo e já tomou providências no sentido de corrigi-la.
 
Enquanto isso, o prefeito Edvaldo Caetanto vive sob a ameaça de ver policiais entrando no Hospital para comandar, a mão de ferro, a instituição.
 
Ao blog, ele lembra que o Hospital funciona com três médicos a cada plantão e paga até R$ 1,5 mil por plantão, atendendo até urgência.
 
O governo, de sua parte, promete melhorias ao Hospital em caso de assumi-lo, com implantação de UTI e de centro de tratamento de hemodiálise.
 
Pergunta-se: e por que não implanta as melhorias mesmo o Hospital sendo administrado pela prefeitura? Não é a qualidade do atendimento ao povo que deveria ser o objetivo final da melhoria?
 
 
Luís Tôrres