FAMÍLIAS DECIDEM VIVER EMBAIXO DA TERRA PARA SE APROXIMAR DAS MINAS OU PARA FUGIR DO CALOR (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Fundada em 1915, a cidade, que hoje tem cerca de 3.500 habitantes – 16% deles pertencentes a tribos indígenas –, teve sua arquitetura moldada pelo minério de opala, a gema oficial da Austrália.Cerca de 70% da produção de opala do mundo vem de Coober Pedy. Entre outras raridades encontradas na cidade, está uma pedra que tem idade estimada em 65 milhões de anos.
A mudança da superfície para o subterrâneo foi gradual, à medida que os moradores se cansavam do deslocamento entre suas casas e as minas e eram castigados pelo calor de 45º C do deserto e pelo frio extenuante do inverno. Como não havia muitas alternativas para fugir do calor – apenas nos últimos dez anos a prefeitura começou um programa de plantio de árvores – os mineiros permaneciam embaixo da terra durante as horas de descanso. Foram ficando, ficando, até que alguns poucos resolveram se mudar com suas famílias e outros muitos os imitaram.
Além de encontrar um alívio para o calor, já que a temperatura embaixo da terra fica por volta dos 24º C, os moradores investiram em construções que o sol escaldante dificultaria. Nos bairros subterrâneos de Coober Pedy há museus, igrejas, poços e até casas com piscinas, além de ruas e trânsito de motos e bicicletas. “As pessoas fazem suas estantes de livros nas próprias paredes arenosas”, conta Michelle Provatidis, prefeita da cidade e proprietária de uma loja de opalas.
“A beleza de morar no subterrâneo é que tudo é muito calmo e tranquilo. O ar não se movimenta, não existe barulho de ar condicionado, e, já que não há janelas ou luz solar, é um lugar perfeito para uma ótima noite de sono”, explica Robert Coro, administrador do Desert Cave Hotel , que tem partes na superfície e embaixo da terra.