CIDADES: 09/12/2009 – Imagem: ilustrativa - Enquanto a Câmara Municipal de Campina Grande, através da bancada de oposição que é majoritária, discute se aprova ou não o projeto de lei que cria a Secretaria de Ciência e Tecnologia, o coordenador Emir Candeia Gurjão tem um projeto mais “ambicioso”.
Trata-se da instalação de uma usina nuclear na cidade, o que garantiria investimentos de R$ 6 bilhões do governo federal. Para isso, Emir defende a união da classe política empresarial e ambientalistas na luta pela inclusão da Paraíba, através de Campina, no programa brasileiro de energia nuclear.
Candeia, que coordena o setor de Ciência e Tecnologia na Prefeitura campinense, informa que o segundo complexo de geração de energia nuclear deverá estar definido até o próximo ano para que o programa governamental de uso de energia termonuclear como complemento ao regime de chuvas das hidrelétricas brasileiras entre em operação até o final da década. A previsão é de que sejam construídas duas centrais nucleares na região Nordeste.
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia já se habilitaram a disputar o investimento de até R$ 12 bilhões para as duas usinas. “Defendo que a Paraíba, através de Campina Grande, que é um pólo tecnológico, entre nesta disputa. As nossas universidades têm condições de formar profissionais em energia nuclear”, argumenta Candeia.
Ele lembra que Pernambuco já saiu na frente. A UFPE, por exemplo, é a única universidade do Nordeste que tem um centro de estudos como o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN), cuja meta é formar 50 mestres por ano na área nuclear.
O coordenador ainda ressalta que o Brasil não consegue construir usinas hidrelétricas tão rápido quanto cresce nossa demanda por energia. Esta é a origem de vários apagões ao longo desta década. Para evitar a repetição do vexame, o governo federal aposta em termelétricas a gás e em usinas nucleares.
Não obstante, o gás de nossas termelétricas, na maior parte importado da Bolívia, pode estar em perigo por causa do potencial de crise política daquele país.
Além disso, cita Candeia, as hidrelétricas causam impacto ambiental, diferente da nuclear que é energia limpa e mais barata. Ele ainda lembra que 10% das emissões globais de gás carbônico (CO2), o principal responsável pelo efeito estufa e as mudanças climáticas, vêm das usinas elétricas movidas a carvão em vários países. As usinas atômicas seriam a única fonte de energia de larga escala e economicamente capaz de reduzir essas emissões. Fonte:Josumar Barbosa / Jornal da Paraíba