segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Consórcio do tipo contemplação premiada vem lesando centenas de clientes em todo Norte e Nordeste

POLICIAL: 21/12/2009 – Imagem: ilustrativa - O jornal Gazeta do Araripe, denuncia o golpe que vem acontecendo no Ceará com consórcio fraudulento, não autorizado pelo Banco Central do tipo CONTEMPLOU QUITOU. O golpe funcionava no mesmo esquema das conhecidas pirâmides, eram grupos de 48 pessoas, todas começavam a pagar as prestações e aquelas sorteadas a cada mês deixavam de pagar o restante das prestações.

A polícia Civil abriu vários inquéritos para investigar o golpe que pode alcançar a cifra de R$ 10 milhões. Em pelo menos, nove cidades do interior cearense, centenas de pessoas – a maioria agricultores, operários, autônomos, e até estudantes – foram enganadas ao pagarem um consórcio fraudulento para a compra de motocicletas. Somente em Ipueiras (a 304 km de Fortaleza) são 614 pessoas lesadas. A fraude, segundo apontam as investigações policiais, foi praticada por uma rede de lojas intitulada ‘Eletromotos’, que pertenceria ao comerciante Francisco de Assis Leitão. Depois de captar centenas de clientes para a aquisição de motocicletas de modelos populares, a empresa iniciou o golpe com o fechamento repentino das lojas, deixando as vítimas com prejuízos de valores diversos. Quitaram o ‘consórcio’ e não receberam o bem. “Há inquéritos instaurados em diversas delegacias regionais. Estamos acompanhando a desenrolar das investigações e dando o apoio necessário”, disse ao Diário do Nordeste o delegado Andrade Júnior, titular da delegacia de defraudações e falsificações (DDF). Segundo levantamentos da polícia, o golpe se estendeu pelas seguintes cidades: Ipu, Ipueiras, Novas Russas, São Benedito, Hidrolândia, Reriutaba, Guaraciaba do Norte, Boa Viagem e Crateús. As investigações revelam que o consórcio fraudulento funcionava da seguinte forma: eram formados vários grupos com 48 pessoas cada um deles. Cada participante pagava suas parcelas e quando fosse sorteada, teria que ser substituída por outra. O sorteado deixava de pagar as parcelas. Para ganhar a confiança da população das nove cidades, a empresa chegou a entregar algumas motocicletas, estimulando a captação de novos ‘consorciados’. Rapidamente, as vendas se espalharam, causando mais vítimas do golpe. Em algumas cidades, a polícia já deteve funcionários das lojas, mas o dono está foragido. Uma das primeiras lojas a fecharem foi a de Crateús, outras fecharam em seguida. Segundo a PF, a Lei do Colarinho Branco (Lei 7.492, de 16 de junho de 1986) prevê os crimes praticados contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN). Infringi-la pode acarretar uma pena de dois a seis anos de prisão, além do pagamento de multa. Consórcios só podem ser abertos com a autorização do Banco Central. MAIS CASOS - Em Reriutaba, outro Município da Região Norte, pelo menos 20 pessoas que foram vítimas de golpes da mesma natureza também já procuraram a Polícia para prestar queixa. Havia uma loja que fazia os consórcios aqui, na região, e acabou lesando todas as pessoas. O dono da loja desapareceu, conta um policial daquele Município. O resultado disso é que umas 20 pessoas que moram aqui ficaram no prejuízo.

A fraude que lesou milhares de pessoas no Interior do Ceará vinha funcionando há, pelo menos, quatro anos, e se estendeu por vários Municípios. Lojas foram instaladas nas sedes municipais e vendedores eram atraídos para disseminar na população a falsa idéia de que todos os ‘consorciados’ seriam contemplados com o recebimento das motos. O consórcio fraudulento funcionava no mesmo esquema das conhecidas ‘pirâmides’. Eram formados grupos de 48 pessoas. Todas começavam a pagar as prestações e aquelas sorteadas à cada mês recebiam a moto e não precisavam mais pagar o restante das prestações. Porém, teria que ser substituída por outro interessado em entrar no esquema. A polícia não descarta a hipótese de reunir todos os inquéritos em um só. Outra medida também não é descartada é a possibilidade de decretação da prisão preventiva do dono da rede de lojas. A polícia Federal acredita que pode chegar a outros crimes como estelionato e enriquecimento ilícito. Fonte: Gazeta do Araripe