domingo, 7 de fevereiro de 2010

FHC critica “autoritarismo” de Lula e diz que presidente “inventa inimigos”

Em artigo, ex-presidente diz não temer comparações entre o seu governo e o atual. BRASIL: 07/02/2010 - O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso criticou as discussões pré-eleitorais que comparam a sua gestão (1995-2002) ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Em artigo publicado na edição deste domingo (7) do jornal O Estado de S.Paulo, FHC diz que Lula “passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades”.

O ex-presidente antecipa que o PT deve ter como alvo nas discussões eleitorais as críticas ao governo “neoliberal” do PSDB, lembrando a privatização das estatais e a suposta inação na área social. FHC, no entanto, afirma que os dados dizem outra coisa.

“Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal”, diz FHC no texto.

A crítica do tucano é por uma suposta “autoglorifação” de Lula, que pratica uma espécie de terrorismo eleitoral. “Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita”, escreve.

Na sexta-feira (5), em evento em São Paulo, o governador José Serra (PSDB), pré-candidato tucano à Presidência, já havia feito a ligação de Lula com atitudes autoritárias. Na ocasião, Serra criticou ponto do Plano Nacional de Direitos Humanos que, segundo ele, lembra restrições da época da ditadura militar.

Antecipando o embate PSDB-PT que acontecerá durante a campanha eleitoral, FHC diz “não temer o passado” e que a briga eleitoral deverá ser boa. “Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.” Fonte: R7