sábado, 20 de fevereiro de 2010

Em João Pessoa/PB; o metrô-de-superfície

CIDADES: 20/02/2010 - O sonho da superintendente da ST-Trans, Laura Farias, é colocar nas vias expressas a serem construídas nos canteiros centrais da avenida Epitácio Pessoa, o tão esperado metrô-de-superfície, conhecido tecnicamente como trens do tipo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), movidos a energia elétrica.

Veículo Leve sobre Trilhos O metrô de superfície propicia um menor custo energético e menos desgaste das vias, passagens mais baratas, rapidez nas viagens, conforto aos passageiros e favorece também a proteção ambiental. VLT reduz poluição A idéia principal do VLT é que, com a melhoria do transporte urbano, as pessoas deixem seus veículos em casa, reduzindo a emissão de gases poluentes (como o monóxido de carbono) que criam o efeito estufa, pois são arremessados na atmosfera todos os dias, às toneladas, sem que praticamente ninguém note isso. Vagão com ar-condicionado Os trens terão capacidade para atender até 330 passageiros em cada composição de vagões. Os veículos são climatizados, possuem tração a óleo-diesel com hidráulica mecânica e podem alcançar uma velocidade de até 80 km por hora. O usuário pagará apenas uma passagem de cada vez, para se deslocar a qualquer lugar da cidade. Capital já está pronta Segundo a prefeitura, a cidade atualmente já tem amplas condições favoráveis de infra-estrutura para a implantação do metrô de superfície, a exemplo de terreno plano e ruas largas. Trem é melhor que ônibus Os trens deverão complementar o atual sistema de transporte coletivo, composto por ônibus e táxis, já que as vans de lotação e mototáxis que trabalham com transporte clandestino são considerados fora da lei. Controle por computador Um dos principais problemas para a adoção do projeto do metrô de superfície – por incrível que pareça – está na diferença dos sistemas computadorizados de infra-estrutura. Atualmente, o sistema de controle operacional, denominado ATC, monitora até a distância entre os trens em movimento. Não precisa de condutor A tendência mundial é mudar para o sistema CBTC, cuja comunicação com a composição é feita via-rádio. Esse sistema permite até mesmo o funcionamento do trem sem operador (driverless), mas pode ser utilizado de forma híbrida. É como se fosse um ônibus sem motorista. Menor risco de colisões O ATC funciona com a divisão da linha em blocos, mantendo a distância de 150 metros entre cada trem, para evitar o risco de colisão. Atualmente, as composições andam, em média, a 30 ou 40 quilômetros horários e chegam às plataformas de embarque e desembarque em intervalos de 5 a 15 minutos, nos dias úteis. Viagem mais curta Já o CBTC diminui a distância entre as composições automaticamente e esse tempo pode baixar para algo em torno de 3 a 4 minutos. Projeto custa R$ 300 milhões O custo-médio para implantação de um sistema assim, em qualquer parte do Brasil, incluindo as máquinas e vagões, linhas férreas e estações de passageiros, é de cerca de R$ 300 milhões, para algo em torno de 20 a 30 km de percurso. Quem é o pai da criança? Se essa iniciativa for levada adiante pela PMJP, poderá estar sendo criado mais um pomo-da-discórdia entre o prefeito Ricardo Coutinho (PSB) e o governador José Maranhão (PMDB), que anuncia alguns dias atrás, ter tido a mesma idéia, ou seja: implantar o metrô-de-superfície na Capital. Surge nova batalha Este seria o pontapé inicial de mais uma queda-de-braço enre o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal, como já aconteceu nos seguintes episódios: dois réveillons ao mesmo tempo e no mesmo local, na Virada do Ano, fechamento da Estação Ciência, projeto do Viaduto da Epitácio Pessoa, retirada das placas de obras no bairro do Bessa, disputa por espaços nos blocos de arrasto do Folia de Rua e Muriçocas do Miramar, etc. Colégios particulares na mira Laura Farias também está buscando uma solução viável para acabar com o constante engarrafamento existente nas portas dos grandes colégios particulares que funcionam na orla marítima da cidade, como o Geo-Tambaú e o Motiva-Ambiental (ambos localizados na Avenida Ruy Carneiro), sobretudo nos horários de rush (maior movimentação de pais de alunos – entregando ou pegando seus filhos – nas portas dessas escolas). Trânsito pela orla Assim como em outras partes da cidade é necessário a colocação de um binário para funcionar, passando os carros a trafegarem por algumas ruas existentes por trás desses colégios, que ainda não são muito utilizadas pelos pais de alunos, hoje em dia. Mexendo até nos canteiros A ST-Trans também já admite que os canteiros centrais da avenida Epitácio Pessoa sejam transformados em vias expressas para passagem dos ônibus articulados recentemente incorporados à frota municipal, chamados popularmente de “minhocões”. “Minhocões” pela Epitácio Laura está estudando com uma equipe multisetorial a viabilidade operacional dessa opção, envolvendo técnicos e engenheiros da Seplan, Seinfra, Sedurb e da própria ST-Trans. Entrada única em Mangabeira Já está pronto o estudo técnico transformando a avenida Josefa Taveira, em Mangabeira (principal via de acesso ao bairro) em mão-única no sentido norte-sul, com o destino ao Valentina de Figueiredo. Mão-dupla só para ônibus Esse tráfego será liberado numa só direção somente para automóveis, sendo destinada a mão-dupla exclusivamente para os ônibus que servem à população que reside nas imediações. População fez apelo Essa solução foi encontrada por Laura Farias após várias audiências públicas, quando engenheiros e técnicos em trânsito da ST-Trans ouviram os apelos formulados pelos moradores do bairro, nesse sentido. Binário no Bairro das Indústrias Além do novo binário que está sendo articulado em várias ruas do Bairro dos Estados, haverá também um novo binário no Bairro das Indústrias, em função da construção de uma nova escola municipal e mais uma creche, ambas destinadas a atender as crianças em idade escolar que moram na região. Parceria entre Estado e prefeitura Lá, foi necessário firmar uma parceria da prefeitura da Capital com o Governo do Estado, responsável pela administração das ruas de acesso às fábricas instaladas no Distrito Industrial de João Pessoa, cuja jurisdição compete à Cinep (Companhia Estatal de Industrialização da Paraíba). Pelo menos dessa vez deu certo, sem traumas. Por Giovanni Meireles - PB Agora