O deputado estadual Jeová
Campos, do PSB, destacou, nesta quarta-feira (24), seu arrependimento em
relação ao julgamento prematuro que fez contra a prefeita de Monte Horebe,
Claudia Dias, do PSB, ao ameaçar a possibilidade de deixar os quadros
socialistas por conta da colega investigada e presa pela Operação Andaime.
O parlamentar disse que no
afã de um discurso acabou fazendo um desabafo, mas que, como advogado que
também o é, não poderia ter feito nenhum juízo de valor antes do transito em
julgado.
“Eu diria que errei nesse
episódio quando falei com certo desabafo, sem estabelecer o melhor diálogo,
acho que se algum companheiro do partido entender que deve representar esse ou
aquele filiado, será feita a representação e cabe ao filiado defender-se e ao
final de tudo as instâncias partidárias fazer a deliberação, o que nós não
aceitamos é que alguém seja julgado sumariamente”, retratou.
Advogado por formação,
Campos ainda disse que acredita na inocência da prefeita e na manutenção e sua
filiação aos quadros do PSB.“Essa questão está pacificada dentro do PSB, a
nossa prefeita se Deus quiser terá sua liberdade restabelecida, eu acredito que
ela continua no partido, não vejo razoes para não continuar. Agora, se algum
filiado tiver algo contra ela, que a ela seja dado o direito de se defender.
Não cabe atos de sumariedade", sentenciou.
Campos aproveitou ainda
para condenar a recente decisão do Supremo Tribunal Federal ao mudar a
jurisprudência, permitindo a prisão de acusados, antes mesmo do julgamento.
Para ele o principio constitucional da presunção da inocência do direito ao
contraditório foram feridos abertamente.
“Eu digo com sinceridade,
me preocupa a situação que está acontecendo no Brasil em relação à mudança na
jurisprudência acatando a prisão antes do transito em julgado. Falo como
advogado. Não acho razoável que alguém seja enclausurado antes mesmo sem saber
do que é que estão lhe acusando, e mais, a pessoa enclausurada, a mídia vai
noticiar sua prisão. Então pergunto, será que isso é compatível com o
pensamento democrático defendido pela constituição. Onde fica a presunção da
inocência, o devido processo legal, eu faço uma acusação formal e você pode se
defender. Me parece exagerado o rumo que foi tomado”, analisou.
Henrique Lima