Há um antigo dito popular no sertão que diz
que “quanto mais cabra, mais cabritos!” Numa tradução política desse ditado,
podemos afirmar que quanto mais se agrega, mais um grupo cresce em união.
Atualmente não é isso o que acontece no
grupo político da Prefeita Denise Albuquerque, em Cajazeiras, embora possa não
parecer.
É que a aparente calmaria, na verdade,
esconde um mar de insatisfações entre aliados e correligionários. Praticamente
todos reclamam, ainda que em voz baixa, de desprestígio e de não serem ouvidos.
Isso, em detrimento de alguns poucos que sempre estão no palco escuro das
decisões e iluminado da ocupação de cargos.
“Não somos chamados a opinar e nem sequer
ouvidos”, disse-me um membro desse grupo. “Carlos Antônio não ouve ninguém e só
faz o que quer”, reclamou outro aliado. E se fosse ouvir a todos do grupo, da
maioria absoluta receberia as mesmas reclamações que, diga-se, só foram
superficialmente reveladas sob o compromisso de absoluto sigilo das fontes.
Como o esposo da prefeita é quem articula
politicamente, o ônus disso recai sobre a administração Denise e sobre sua
possível recandidatura. Sim, possível, porque já não é tão certa, como foi!
Os desencontros, as insatisfações, a
exclusividade política do comando do grupo em determinados temas, tem feito de
Denise uma pessoa cada dia mais decepcionada com a vida pública. E todos sabem
que a decepção é um primeiro grande passo para a desistência. Afinal, por que
persistir no que nos decepciona?
Na sua base parlamentar na Câmara
Municipal, a prefeita Denise não colheu ainda nenhuma defecção. Ainda! Porque a
insatisfação é grande e generalizada, posso garantir, embora silenciosa e quase
muda.
Este, diferente daquele, não é o silencio
do consentimento, da aprovação e da concordância, mas o silêncio da
subalternidade inconformada, insatisfeita, rebelde e, por isso mesmo, já quase
insubalterna!
S O L
T A S
. Embora não assumam publicamente, os vereadores
da base da prefeita Denise estão profundamente desgostosos com a indicação de
uma irmã da vereadora Léa Silva para a Secretaria Municipal do Desenvolvimento
Humano (SMDH). “Por que só Léa pode ocupar ou indicar alguém para esse cargo”,
reclamam à surdina.
. Mas do lado das oposições também tem
arenga. O PSOL não quer nem ouvir falar de uma composição partidária em que
Gobira não seja o cabeça de chapa, e essa indefinição atrasa e complica os
planos oposicionistas!
Fernando Caldeira