sábado, 6 de fevereiro de 2016

Denise e o silêncio da reprovação

Há um antigo dito popular no sertão que diz que “quanto mais cabra, mais cabritos!” Numa tradução política desse ditado, podemos afirmar que quanto mais se agrega, mais um grupo cresce em união.

Atualmente não é isso o que acontece no grupo político da Prefeita Denise Albuquerque, em Cajazeiras, embora possa não parecer.

É que a aparente calmaria, na verdade, esconde um mar de insatisfações entre aliados e correligionários. Praticamente todos reclamam, ainda que em voz baixa, de desprestígio e de não serem ouvidos. Isso, em detrimento de alguns poucos que sempre estão no palco escuro das decisões e iluminado da ocupação de cargos.

“Não somos chamados a opinar e nem sequer ouvidos”, disse-me um membro desse grupo. “Carlos Antônio não ouve ninguém e só faz o que quer”, reclamou outro aliado. E se fosse ouvir a todos do grupo, da maioria absoluta receberia as mesmas reclamações que, diga-se, só foram superficialmente reveladas sob o compromisso de absoluto sigilo das fontes.

Como o esposo da prefeita é quem articula politicamente, o ônus disso recai sobre a administração Denise e sobre sua possível recandidatura. Sim, possível, porque já não é tão certa, como foi!

Os desencontros, as insatisfações, a exclusividade política do comando do grupo em determinados temas, tem feito de Denise uma pessoa cada dia mais decepcionada com a vida pública. E todos sabem que a decepção é um primeiro grande passo para a desistência. Afinal, por que persistir no que nos decepciona?

Na sua base parlamentar na Câmara Municipal, a prefeita Denise não colheu ainda nenhuma defecção. Ainda! Porque a insatisfação é grande e generalizada, posso garantir, embora silenciosa e quase muda.

Este, diferente daquele, não é o silencio do consentimento, da aprovação e da concordância, mas o silêncio da subalternidade inconformada, insatisfeita, rebelde e, por isso mesmo, já quase insubalterna!

S O L T A S

. Embora não assumam publicamente, os vereadores da base da prefeita Denise estão profundamente desgostosos com a indicação de uma irmã da vereadora Léa Silva para a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Humano (SMDH). “Por que só Léa pode ocupar ou indicar alguém para esse cargo”, reclamam à surdina.


. Mas do lado das oposições também tem arenga. O PSOL não quer nem ouvir falar de uma composição partidária em que Gobira não seja o cabeça de chapa, e essa indefinição atrasa e complica os planos oposicionistas!


Fernando Caldeira