Foram oito dias de batalha, sete dos quais
passados na UTI, para recuperar sua capacidade respiratória e melhorar dos
sintomas do Covid-19. Mas, nem mesmo quando fez a penúltima Tomografia, que
atestou um comprometimento pulmonar de 50% a 70%, Jullierme Sousa de Araújo, 44
anos, que atua no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, de
Patos, como técnico de imobilização ortopédica, desde março de 1994, perdeu as
esperanças de voltar para casa e reencontrar a esposa e seus dois filhos, um
garoto de sete anos e uma jovem de 22 anos. E a tão esperada alta aconteceu
nesta segunda-feira (07), um dia após ele deixar a UTI e ir para a Enfermaria,
onde permaneceu 24h em observação. Colegas de Jullierme se emocionaram junto
com ele nesta despedida que foi só alegria e gratidão.
Natural de Patos, mas, atualmente, morando em
São José de Espinharas, Jullierme trabalha na linha de frente do Complexo,
atendendo um grande fluxo de pessoas, de várias cidades, que procuram o serviço
do Centro de Imagens da unidade, onde funciona o setor que ele atua. Ele acha
que foi contaminado em um destes atendimentos, mesmo fazendo uso dos EPI’s.
“Atendemos muita gente e ai fica difícil saber quem contaminou quem”, afirma
ele, que mesmo tendo realizado o teste rápido, entre os dias 22 e 25 de junho,
teve um resultado negativo para o Covid. Mas, oito dias depois da negativação
dos exames, ele deu entrada no Complexo com quadro de desconforto respiratório
intenso e após realização de novos testes testou positivo para o coronavírus.
Dos oito dias que permaneceu internado,
vivenciando o cotidiano de um paciente de isolamento, sete dos quais na UTI,
felizmente, sem necessitar de ventilação mecânica, mas, sob cuidados
intensivos, Jullierme pôde refletir sobre a importância da família e dos
amigos. “Descobri nesse processo que diante de tudo e desta situação difícil
existem amigos verdadeiros e que a família é nosso bem maior e mais precioso e
além disso, tudo isso me fez refletir o quanto sou amado”, afirma ele.
Os primeiros sintomas sentidos por ele foram
dores na garganta. Depois surgiram muitas dores pelo corpo, febre altíssima por
quatro dias e logo em seguida veio a perda do olfato, sintoma característico da
Covid. Após isso, veio um cansaço que o obrigou a ser internado para um
tratamento mais profundo e sério devido ao desconforto respiratório.
Continuando o tratamento em casa, agora fora de perigo, Jullierme afirma que
teve momentos angustiante, pelo agravamento do quadro, mas não perdeu as esperanças
em nenhum momento.
“Devido a evolução do meu problema, fiquei
com o meu psicológico a mil, porém, sempre fui e sou uma pessoa temente a Deus
e sempre pedia forças para Ele não me desamparar e assim Ele o fez. Isso só
reforçou ainda mais a minha fé”, diz ele, que além de Deus, agradece aos
profissionais que cuidaram dele na unidade, especialmente, os médicos Everton,
Diego Varela e Ruan, que segundo ele, foram essenciais para sua recuperação.
Muito grato pelos cuidados que recebeu enquanto era paciente da unidade, ele
reforça a importância das pessoas se cuidarem e da direção do Complexo estar
sempre atenta ao processo de desinfecção dos setores de trabalho. “Os
profissionais que atuam no gesso como eu, também estão na linha de frente,
porque atendem pessoas de várias cidades e muitas delas são assintomáticas, daí
a importância desse trabalho preventivo. As pessoas também não devem relaxar no
uso de máscaras, na higienização das mãos e também nas medidas restritivas”,
reitera ele, que só vai voltar ao trabalho quando estiver totalmente
reestabelecido, o que deve ocorrer na segunda quinzena de julho.
Assessoria de Imprensa