Ministros foram ao estado e
se encontraram com o governador
O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, disse, nesta segunda-feira (24), em uma visita
a Fortaleza, que as forças do governo federal estão no Ceará para "serenar
os ânimos" e que espera que a paralisação de parte dos policiais militares
do estado seja resolvida brevemente.
"O governo federal veio
para serenar os ânimos, não para acirrar. Os policiais do país inteiro, não só
do Ceará, são profissionais dedicados, que arriscam suas vidas, são
profissionais que devem ser valorizados. É o momento de servir e proteger, acalmar
os ânimos. Serenar é importante, temos que colocar a cabeça no lugar e pensar o
que é preciso para que os policiais possam voltar a realizar o trabalho ”,
disse Moro.
De acordo com Moro, a
situação está sob controle. “Não é uma situação de absoluta desordem nas ruas.
As pessoas estão circulando nas ruas. Não existem, por exemplo, saques, nem
nada disso a estabelecimentos comerciais. Então, a situação está sob controle.
Claro que dentro de um contexto relativamente difícil em que parte da polícia
estadual está paralisada”, disse.
GLO
Desde o dia 20 uma operação
de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) levou ao Ceará tropas das Forças Armadas.
Um efetivo de 2.500 agentes do Exército e 300 agentes da Força Nacional vão
atuar por 30 dias no estado para reforçar a segurança.
O ministro da Justiça e
Segurança Pública enfatizou ainda que a operação, decretada pelo presidente da
República, Jair Bolsonaro, a pedido do governador, Camilo Santana, está no
estado para “garantir proteção da população em substituição aos policiais que
paralisaram suas atividades”.
Acompanhado do ministro da
Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e do advogado-geral da União, André
Mendonça, o ministro fez um sobrevoo de helicóptero pela região metropolitana
de Fortaleza. As autoridades também se reuniram no Palácio da Abolição com o
governador, e mais cedo visitaram a 10° Região Militar onde receberam
informações detalhadas das atividades que estão sendo realizadas pelas Forças
Armadas e pelos órgãos de segurança pública federal, estadual e municipal.
Quebra
de acordo
O governador Camilo Santana
agradeceu apoio federal e lamentou que, apesar de reuniões terem sido feitas
com a categoria e de um acordo ter sido aceito, os policiais tenham voltado
atrás. “Sentamos e negociamos com as classes dos policiais, que saíram da
reunião satisfeitos com o que foi fechado, sempre permitimos o diálogo. O que
não podemos permitir é que grupos da segurança façam o que estão fazendo, com
carapuças, balaclavas, com armas que a Constituição deu concessão para protegerem
a sociedade e ameaçando a sociedade. Ninguém está acima da lei. Sempre
aceitamos conversar, mas ninguém está acima da lei”, disse Santana.
Balanço
Apesar do reforço na
segurança, pelo menos nove cidades cearenses cancelaram suas programações de carnaval.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, somente ontem (23) foram
registrados 25 novos assassinatos no estado. Desde a zero hora de quarta-feira
(19), quando começou a paralisação o motim de policiais, houve 147 mortes
violentas. Os registros englobam homicídios dolosos, feminicídios, lesões
corporais seguidas de morte e latrocínios.
Agência Brasil