NOTÍCIAS: 10/11/2010 - A Polícia Federal de Juazeiro (BA) iniciou ontem, terça (9), as investigações para
apurar denúncia de suposto vazamento do tema da redação da prova do
Ensino Nacional do Exame Médio (Enem), no domingo. A apuração vai
ocorrer após denúncia feita por professores de um curso pré-vestibular
de Petrolina (PE), cidade separada de Juazeiro pelo Rio São Francisco.
"Há indícios de que a história tem fundamento", observou o delegado
federal Alexandre de Almeida Lucena que colocou uma equipe para fazer um
levantamento inicial do ocorrido e coletar nomes de professores e
alunos a serem ouvidos. O passo seguinte, se a história tiver
consistência, será a instauração de inquérito policial. "Neste caso,
vamos buscar saber como se deu (o suposto vazamento) e se alguém recebeu
vantagem", afirmou o delegado.
Mais de uma hora antes do início da prova do Enem, um grupo de
estudantes que fazia o concurso procurou os professores do Curso Geo
Petrolina Pré-Vestibular que haviam montado um ponto de apoio para tirar
dúvidas e esclarecer candidatos, próximo a locais de realização do
concurso. Os candidatos pediam ajuda para desenvolver a redação se o
tema fosse "trabalho e escravidão".
De acordo com o professor de Português Marcos Freire, um dos
estudantes, aluno do curso Geo, disse que o tema da redação havia sido
vazado em São Raimundo Nonato (PI) e que ele tinha recebido a
informação. O boato se espalhou e outros candidatos recorreram aos
professores.
"Na hora, não acreditei na história do vazamento, mas
atendemos aos alunos, discutindo o tema", disse o professor Marcos
Freire. Os professores Ramón Bandeira e Diego Alcântara também
desempenharam o mesmo trabalho, discutindo o assunto com os estudantes,
de acordo com o coordenador do Curso Geo, Nivaldo Moreira.
Depois da prova, ao saber da confirmação do tema - "Trabalho na
construção da dignidade humana" com dois textos de apoio, trabalho
escravo e futuro do trabalho - veio a preocupação. "A questão é séria e
terminamos nos envolvendo por não termos dado a devida dimensão ao
fato", avaliou Freire.
"Vacilamos, deveríamos ter divulgado esta
informação antes", reforçou o coordenador do curso, Nivaldo Moreira, que
é professor de Física. Ele também se encontrava no local e testemunhou a
procura dos estudantes e a história do boato do vazamento.
Os professores deram entrevistas à emissora de televisão local, TV Grande Rio, afiliada à Rede Globo, que divulgou a informação. Agência Brasil