POLÍTICA: 19/11/2010 - Os primeiro pedidos do novo governo a atual gestão podem indicar o
caminho que Ricardo Coutinho pretende assumir como prioritário a partir
de primeiro de janeiro. Durante a reunião desta sexta-feira (19), o
socialista solicitou informações sobre o estoque para funcionamento da
rede hospitalar estadual e sua reposição para os próximos três meses,
além de pedir que a gestão de Maranhão renove convênio firmados com o
Governo Federal, o que sugere a manutenção de ações já inicadas nos
próximos anos.
Continuidade foi realmente uma palavra muito utilizada nos discursos
pós-audiência desta sexta-feira (19). Para garanti-la, Ricardo Coutinho
(PSB) propôs a Maranhão a realização de uma gestão compartilhada nesse
final de governo. “A transição não se resume a transferência de
informações.
Queremos acompanhar o cotidiano do serviço público, mas nós
não queremos interferir na atual gestão, que é legítima”, explicou. No
entendimento do socialista, só assim não haverá sobressaltos nos
projetos já em andamento na Paraíba.
A
iniciativa não foi vista com bons olhos pelo governador José Maranhão
(PMDB), “não podemos ocultar informações, a transparência é um princípio
nosso, mas o que não pode haver é transferência de gestão, isso não é
nem previsto na Constituição”.
Maranhão disse ainda que não reclamou das
dificuldades que herdou quando assumiu o governo em 2009, “colocamos o
pé no caminho com a situação financeira que tínhamos. Mas nós estamos
trabalhando com responsabilidade, se assim não fosse, o Estado já teria
quebrado”. Já sobre os convênios federais, o governador disse que já foi
solicitada a prorrogação dos contratos.
O secretário-chefe da Controladoria Geral do Estado, Roosevelt Vita,
disse “a transição ocorrerá com normalidade e civilidade. Já a
transferência de gestão vai acontecer sim, em 1º de janeiro”. Vita
acredita que a partir de agora o processo deve acontecer com maior
fluidez e repetiu o discurso que já vinha fazendo “hoje foi a primeira
vez que alguém do governo eleito se dirigiu à nossa equipe”. E destacou o
equilíbrio financeiro do Estado através da aprovação das contas do
governo de 2009.
Já Rômulo Gouveia (PSDB), vice-governador eleito, está em sintonia
com o discurso do socialista. Ele resumiu que a preocupação dele também é
com a continuidade das ações. Sobre a negativa de José Maranhão a
gestão compartilhada, concluiu “colocamos na conversa a necessidade do
bom senso”. Uma nova reunião entre as duas equipes de transição deve
acontecer já na próxima semana, mas a data ainda não foi definida.
Orçamento 2011
Ricardo Coutinho reafirmou o desejo de que o orçamento do próximo
seja votado e sancionado em 2011 para que ele possa apresentar projetos
que pretende implementar na sua gestão, como o Orçamento Democrático e o
Empreender Paraíba. Sobre o assunto, o atual governador disse que “a
Assembleia Legislativa tem a obrigação de votar ainda esse ano, mas que
se for opção da casa adiar a apreciação, eu não me oponho”.
Novo secretariado
Assunto sempre tratado com reserva por Ricardo, a escalação do novo
time de secretários de Estado foi finalmente mencionada hoje. Durante
coletiva, o governador eleito disse que a meta nesse momento ainda é a
conclusão dos trabalhos de transição de governo, mas que até o próximo
dia 15 de dezembro, pretende apresentar os primeiros nomes da do
primeiro escalão.
Ministério de Dilma
Durante
entrevista coletiva depois da audiência com o governador eleito, José
Maranhão foi questionado sobre a possibilidade de assumir uma pasta no
primeiro escalão do governo da presidenta eleita Dilma Rousseff. Ele
disse que um Ministério é cargo de confiança e que não vai se insinuar
para conseguir um posto desse nível “não acho adequado me apresentar,
sempre regi minha vida pela boa ética política”.
Por outro lado, José Maranhão (PMDB) reconheceu que seria importante
nesse mometno que a paraíba retomasse um lugar no governo federal e não
descartou a hipótese de aceitar o convite, caso convidado “dependendo do
ministério e se através dele eu puder ajudar os paraibanos, eu posso
aceitar”, concluiu. Por Jocélio Oliveira