NOTÍCIAS: 05/11/2010 - A OAB de Pernambuco entrou nesta quarta-feira com uma notícia-crime
no Ministério Público Federal em São Paulo contra a estudante de direito
Mayara Petruso, que chocou o Brasil com mensagens racistas postadas no
Twitter logo após a eleição de Dilma Rousseff no domingo.
Vários usuários se manifestaram de forma ofensiva aos nordestinos,
mas, segundo a asessoria de imprensa da OAB-PE, a ação será concentrada
em Mayara "porque foi ela quem começou". Dentre vários posts ofensivos,
Mayara escreveu: "'Nordestisto' não é gente. Faça um favor a SP: mate um
nordestino afogado" (sic).
Caberá ao Ministério Público Federal investigar o caso, e decidir se
Mayara é passível de punição. A garota será alvo de duas ações: uma por
racismo e outra por "incitação pública ao ato delituoso". A primeira
estipula pena de 2 a 5 anos de detenção, e a segunda, de 3 a 6 meses de
reclusão ou multa. O crime de racismo é imprescritível e inafiançável.
O escritório de advocacia Peixoto e Cury Advogados, em São Paulo,
onde Mayara era estagiária, divulgou nota nesta quarta-feira lamentando a
postura da estudante. Ela já não trabalha mais no escritório. "Com
muito pesar e indignação, (o Peixoto e Cury Advogados) lamenta a infeliz
opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas
tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando,
assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis",
diz o escritório, em nota divulgada à imprensa.
Não é a primeira ação na Justiça que apura crimes de xenofobia contra
nordestinos praticados na internet. O Ministério Público Federal
investiga denúncias de racismo por parte de membros de uma comunidade no
Orkut chamada "Eu odeio nordestinos". O tumblr Xenofobia Não
reúne uma série de "print screens" de ofensas de usuários a nordestinos
no Twitter, como "Só Hitler acaba com a raça dos petistas, construindo
câmara de gás no Nordeste e matando geral" .
O objetivo da ação contra Mayara, segundo a OAB-PE, é acabar com a
percepção que existe de que manifestações odiosas na internet acabam
impunes. Agência Estado