Ficou marcado na lembrança e no tempo o dia
(04/01/1992), pois, naquele dia, há 25 anos atrás morria um dos maiores cajazeirenses
da história, Alfredo Ricardo do Nascimento, o ”Zé do Norte”.
Nascido no Sítio Aroeiras em Cajazeiras/PB,
em 18/12/1908. Aos nove anos teve que pegar pesado na enxada para ajudar a
família. Depois, foi apanhador de algodão e tropeiro. Por esse tempo já gostava
de cantar.
Assim, o menino de Cajazeiras se
transformou em cantor, compositor, poeta, folclorista, animador de auditório,
declamador e escritor, porque Zé do Norte publicou o livro Brasil Sertanejo em
1948. Mais ou menos cinco anos depois, foi contratado como consultor sobre o
linguajar nortista (da Bahia pra cima tudo era Norte pros sulistas) pelo
cineasta Lima Barreto.
Mas seu talento lhe permitiu ir além,
porque foi compositor num clássico do cinema brasileiro. Sua música “Mulher
Rendeira” ficou mundialmente conhecida após ser incluída na trilha sonora do
filme “O Cangaceiro”, do citado diretor, de 1953, que ganhou o Festival de
Cannes daquele ano e foi visto por milhões de pessoas em mais de oitenta países
no mundo.
Entre as mais de cem músicas compostas por
Zé do Norte, fizeram muito sucesso “Sodade, Meu Bem, Sodade”, “Meu Pião” e “Lua
Bonita”. Por volta dos anos 60, Bob Dylan e Joan Baez, foram buscar inspiração
no folclore americano e na música da América Latina. E é num de seus primeiros
discos, o “Joan Baez 5”, que se encontra “Mulher Rendeira”, com o título de “O
Cangaceiro” e com os créditos de Zé do Norte atribuídos ao seu verdadeiro nome,
Alfredo Ricardo do Nascimento.
Zé do Norte morreu de causa natural em Vila
Valqueire, na cidade do Rio de Janeiro, em 04/01/1992.
Em sua terra natal, Zé do Norte foi homenageado com a nomenclatura do Centro Cultural - Zé do Norte e a Estrada Municipal Alfredo Ricardo do Nascimento (grande e importante via de acesso na Zona Norte, que tem inicio no Loteamento Colorado I e segue até o Açude de Lagoa do Arroz, no Sítio Serragem).