terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cajazeiras/PB; Professores da rede municipal decidem em assembléia em manter greve

Por inabilidade administrativa e irresponsabilidade por parte do poder executivo local, os professores da rede municipal de ensino não estarão nas salas de aula no próximo dia 3 de fevereiro do ano em curso como estava previsto. Tudo porque, o Excelentíssimo Senhor Prefeito Leonid Souza de Abreu (PSB), enviou no último dia 25 de janeiro, um oficio informando de não poder cumprir o compromisso firmado entre a classe e não manter o reajuste de 20% sobre os vencimentos dos profissionais do magistério a partir de janeiro desse ano.

Na alegação de não poder outra vez repassar um beneficio já conquistado pela classe, o prefeito emite seu parecer. Diz um trecho do Oficio nº 017/2011; “Primeiro, sabido, ressabido, que no primeiro ano do meu mandato conclui aumento de 20 % (vinte por cento) sobre os vencimentos dos profissionais do magistério, cujo aumento no mesmo percentual se repetiu em 2010 (aumento que nenhuma outra categoria de servidor obteve), de forma que todos os professores recebem o piso salarial da categoria na remuneração, em obediência a decisão liminar proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.167-3 em trâmite pelo STF”, esclareceu o gestor.
Em contra partida, o SINFUMC (Sindicato dos Funcionários Municipais de Cajazeiras), distribui uma nota que diz:

Primeiro – A que ponto pode chegar ás atitudes impensadas, portanto, intempestivas, abusivas de um gestor público municipal, quando adota a prática do abduzir, afastar-se de um compromisso documentado perante a categoria do magistério, onde o próprio gestor fez propaganda na imprensa falada e escrita do município d Cajazeiras e no restante do Estado da Paraíba, até o dia 24 de janeiro de 2011. (Um dia antes de enviar o oficio)

Segundo – O prefeito de Cajazeiras, outra vez pega carona nas práticas políticas de outros governantes, que em seus estados, tratam a educação em segundo plano. Tratando os professores na condição de uma força de trabalho sem muita importância para o desenvolvimento do município. No entanto, o município que ele administra é conhecido como terra da cultura.

Terceiro – Quando ele busca a sombra da ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para “justificar” que já pagou o piso salarial ao magistério, na terra do professor Inácio de Sousa Rolim. Significa em seus neurônios, células nervosas do cérebro, nem de longe há a verdadeira vontade de reconhecer os trabalhadores em educação como peça importante para alavancar o conjunto da sociedade cajazeirense.

Quarto – Afirmar no oficio enviado a presidente do SINFUMC, que não pode pagar os 20 % a partir de janeiro de 2011, por causa do aumento do salário mínimo é desconhecer que o FUNDEB banca três vezes ao mês e trinta e seis vezes ao ano, os salários dos professores.

Quinto – Alegar que, está ressabiado desde 2009, por causa das contas da Prefeitura, a exemplo dos precatórios e, que por isso não pode pagar os 20 % aos professores, depõe contra os números apontados até dezembro de 2010, na página do Banco do Brasil, na Internet. Uma vez que o Governo Federal até então, foi muito bondoso com as prefeituras do Brasil, principalmente as que recebem o FPM. Além disso, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski afirmou que, a receita para os municípios em 2011, chegará ao percentual de R$ 95,5 bilhões. Acrescido de 14% em relação ao ano passado que foi de R$ 83,1 bilhões. O valor mínimo nacional por aluno/a no da Prefeitura de Cajazeiras, queira que o Governo Federal instale no edifício municipal a Casa da Moeda e o Banco Central, para depois de um estudo, um levantamento, uma planilha ou coisa similar possa conceder os 20% e o piso salarial dos professores.

Sexto – O SINFUMC informa e orienta o prefeito Leonid Souza de Abreu e demais da assessoria, que em 2011, a prefeitura de Cajazeiras estará recebendo concretamente R$ 12.374.895,33 do FUNDEM. Dividindo este valor por doze meses, a cada mês o poder público disporá de R$ 1.031.241,27. Usando corretamente 70% desse valor, para pagar aos 462 professores mensalmente, a folha do magistério que até novembro de 2010, era de R$ 610.963,94 com acréscimo de 20%, chegará a R$ 721.868,88. Como os números não costumam mentir, vai sobrar para a manutenção das unidades de ensino conforme reza a legislação federal R$ 309.372,38 por mês. Ou seja, cai por terra á tese, as alegações do patrão público, apontadas no oficio, enviado ao SINFUMC, negando, frustrando e revoltando o magistério municipal. O sindicato lembra ao prefeito que, a folha de pagamento só chegava aos 80% em 2010, devido ao excesso de contratações na Secretaria da Educação.

Sétimo – Igualmente, se o município está passando por dificuldades, segundo o oficio enviado a nossa entidade de classe, onde vai arrumar dinheiro para fazer um concurso público e depois contratar e pagar os novos servidores efetivos? Se estiver em crise financeira por que há dezessete secretárias nessa administração? Por que tanto gasto com combustível entre 2009 e 2010? O prefeito afirma que está ressabiado, melindrado desde 2009, e teme a Lei de Responsabilidade Fiscal, teme o TCE/PB e demais da legislação pertinente. Então, dessa forma o gestor público será apanhado pela legislação supracitada, pois a Lei Federal nº 11.738/08, manda pagar o piso salarial ao magistério brasileiro, no vencimento e não na remuneração como está ratificado no oficio nº 017/11. Em nenhum instante por escrito ou verbalmente, o STF (Supremo Tribunal Federal) disse que a legislação em debate é inconstitucional. Portanto, o prefeito será responsabilizado posteriormente.

Oitavo – Para tentar consolar a categoria do magistério, o prefeito, no final do oficio assim se expressa. “Se por ventura for confirmada a previsão de aumento nos recursos do FUNDEB para meados do em curso, convocaremos audiência com o sindicato”. Faltou alguém da assessoria informar ao prefeito, que o ano letivo poderia começar normalmente no dia 3 de fevereiro de 2011, caso tivesse ocorrido o devido zelo ao que foi proposto na audiência de outubro de 2010 e deliberado na assembléia do dia 19 de novembro do ano passado. Assinam á referida nota toda a direção e, sem ressalvas.

Portanto, após realização da assembléia da tarde de segunda (31), a categoria optou pela greve, pois sem o compromisso do chefe do Executivo, o magistério permanecerá reunido na sede do (SINFUMC). Não há data definida para a classe voltar ás salas de aula, até porque o ano letivo iniciava no próximo dia três de fevereiro. Outra informação obtida na referida assembléia, fora á confecção de um documento notificatório, elaborado por todo corpo docente local que será enviado ao ministro da Educação em Brasília, informando a real condição que é tratada á classe, no interior paraibano. O sindicato permanecerá ativo e no aguardo de uma posição por parte do executivo cajazeirense. Da redação