O policial civil que disparou tiros ao alto em meio à torcida do Treze no estádio O Amigão, em Campina Grande, se apresentou espontaneamente à Central de Polícia na madrugada desta quinta-feira (17). A confusão filmada por emissoras de TV durante o intervalo do jogo com o São Paulo ganhou repercussão nacional. A informação é do superintendente regional da Polícia Civil em Campina Grande, Wagner Dorta.
Reprodução/TV Globo |
Em entrevista ao telejornal Bom Dia Paraíba, ele disse que o agente de investigação tentava ‘apaziguar’ um conflito
entre torcedores na arquibancada quando disparou os tiros. O acusado
responderá às investigações em liberdade, mas afastado de suas
atividades.
Além dele, que trabalha na Central de
Polícia, havia outros dois policiais armados. Porém, segundo o
delegado, eles não serão investigados porque têm direito ao porte de
arma e não chegaram a atirar. Todos estavam em trajes civis.
Ainda conforme Wagner Dorta, os três policiais envolvidos não estavam na escala de plantão, portanto estavam de folga.
De acordo com Wagner Dorta, a arma
utilizada pelo agente foi apreendida. Ele responderá a inquérito
administrativo na Corregedoria da Polícia Civil e criminalmente pelos
disparos efetuados em via pública.
“Ele reagiu tentando apaziguar a
situação depois que um torcedor ativou um rojão, que deixou uma pessoa
ferida. Ele cometeu um ato infeliz, mas responderá à Corregedoria e à Justiça Comum”, explicou o delegado regional.
Em resposta à atitude, um torcedor chegou a mostrar um documento para um dos homens armados para provar que era um trabalhador.
Militares fazem protesto
Revoltados com a atitude, torcedores
chegaram a gritar o coro de “despreparado”. Na mesma noite, policiais militares escalados para fazer a segurança do estádio fizeram um
protesto com familiares. Eles queriam a implantação dos reajustes
salariais previstos no projeto de lei conhecido como a ‘PEC 300 da
Paraíba’.
A segurança teve que ser feita por cadetes, que são soldados ainda no curso de formação.
Espancamento
A noite marcada por protestos e
violência ainda teve um caso de espancamento. Fabiano Henrique Nascimento, de 32 anos, foi levado para o Hospital Regional de Campina
Grande apresentando ferimentos decorrentes de agressões que teria
sofrido na saída do estádio O Amigão. Ele deu entrada à meia-noite. O
estado de saúde não foi revelado.
Da redação com Karoline Zilah