sexta-feira, 17 de junho de 2016

Polícia Federal e MPF/PB apreendem bens móveis e imóveis e bloqueia contas de empresários e servidores públicos de Cajazeiras

Uma equipe da Polícia Federal e Ministério Público Federal de Sousa/PB estiveram em Cajazeiras na última terça-feira (14/06), acompanhados de um Oficial de Justiça, para realizar o empenho, ou “sequestros” de bens, de empresários, servidores públicos e de um ex-gestor, ambos, envolvidos e denunciados na Operação Andaime, deflagrada em (26) de junho de 2015 numa ação conjunta do MPF, Controladoria Geral da União e Polícia Federal, que desarticulou a referida organização criminosa que fraudava licitações em obras e serviços de engenharia em municípios do Alto Sertão paraibano e estados vizinhos.

As investigações instauradas a partir do material apreendido na Operação Andaime indicam que duas empresas “fantasmas” das inúmeras outras empresas utilizadas pela organização com sede em Cajazeiras, para fraudar licitações e desviar recursos públicos – envolveram políticos, servidores públicos, ex-gestores e empresários. No caso da presente ação, a “visita” da justiça na última terça(14) se deu na residência dos seguintes denunciados: Carlos Rafael Medeiros de Souza (ex-prefeito de Cajazeiras) teve suas contas bancárias bloqueadas, nenhum bem fora encontrado em seu nome; Francisco Vanderlei teve um veículo empenhado; Luciana de Sena teve contas bloqueadas, Solange teve uma motocicleta levada e sua conta bancária bloqueada; do engenheiro Márcio Braga de Oliveira, a Justiça “sequestrou” uma caminhoneta S10 e (seis) terrenos de sua propriedade; do construtor Afrânio Gondim Júnior foram bloqueadas suas contas bancárias e “sequestrada” uma caminhoneta VW Amarok e (quatro) terrenos de sua propriedade; da empresária Enólla Kay, a Justiça bloqueou sua conta bancária – vale ressaltar que neste caso está em questão apenas o processo licitatório de revitalização e reconstrução da Praça Coração de Jesus, no centro comercial de Cajazeiras – obra realizada na gestão do ex-prefeito Carlos Rafael.

Na Operação Andaime, as denúncias oferecidas pelo MPF, até o momento, são 247 delitos praticados, atingindo diversos municípios do Alto Sertão paraibano. Ao todo, já são 42 pessoas acusadas, apenas o empresário Mário Messias Filho está preso – segundo informação de uma fonte, o promotor responsável pela operação aguarda a cooperação, ou “delação” do empresário, para concluir o relatório e penalizar os verdadeiros chefes do esquema criminoso, com sede em Cajazeiras.

As construtoras chefiadas pelos empresários acusados pela Justiça foram utilizadas 24 vezes, em conjunto com a construtora Gondin & Rego, administrada por Afrânio Gondin, para conseguir fraudar processos licitatórios em diversos municípios sertanejos. Desse total, os fraudadores conseguiram vencer oito licitações em obras como: reconstrução de casas em Cajazeiras (R$ 791.618,61); contratação de trator para recuperação de estradas; construção de praça, rede de esgoto, açude público, rede de abastecimento de água, reforma de escola, em parte com recursos do Fundeb.

Ainda de acordo com informações chegadas a nossa reportagem, os demais denunciados na Operação Andaime serão penalizados e seus bens e contas bancárias serão empenhados e bloqueadas pela Justiça. “Isso tudo por conta das declarações de Justino à Justiça, todos os processos licitatórios que Afrânio e Marinho gerenciaram estão sendo investigados, tem muita coisa e muita gente grande envolvida nesse esquema, é por isso que Marinho não delatou ainda”, revelou a fonte. Com o caminhar das investigações, nos adiantou a fonte, a Polícia Federal, GAECO e MPF/PB estarão em Cajazeiras nos próximos dias para cumprir duas prisões, apreender bens móveis e imóveis e, fazer o bloqueio de contas bancárias em desfavor de envolvidos.

Da redação