Uma
equipe da Polícia Federal e Ministério Público Federal de Sousa/PB estiveram em
Cajazeiras na última terça-feira (14/06), acompanhados de um Oficial de
Justiça, para realizar o empenho, ou “sequestros” de bens, de empresários,
servidores públicos e de um ex-gestor, ambos, envolvidos e denunciados na Operação
Andaime, deflagrada em (26) de junho de 2015 numa ação conjunta do MPF,
Controladoria Geral da União e Polícia Federal, que desarticulou a referida organização
criminosa que fraudava licitações em obras e serviços de engenharia em
municípios do Alto Sertão paraibano e estados vizinhos.
As
investigações instauradas a partir do material apreendido na Operação Andaime
indicam que duas empresas “fantasmas” das inúmeras outras empresas utilizadas
pela organização com sede em Cajazeiras, para fraudar licitações e desviar
recursos públicos – envolveram políticos, servidores públicos, ex-gestores e
empresários. No caso da presente ação, a “visita” da justiça na última terça(14) se deu na residência dos seguintes denunciados: Carlos Rafael Medeiros de
Souza (ex-prefeito de Cajazeiras) teve suas contas bancárias bloqueadas, nenhum
bem fora encontrado em seu nome; Francisco Vanderlei teve um veículo empenhado;
Luciana de Sena teve contas bloqueadas, Solange teve uma motocicleta levada e
sua conta bancária bloqueada; do engenheiro Márcio Braga de Oliveira, a Justiça
“sequestrou” uma caminhoneta S10 e (seis) terrenos de sua propriedade; do
construtor Afrânio Gondim Júnior foram bloqueadas suas contas bancárias e “sequestrada”
uma caminhoneta VW Amarok e (quatro) terrenos de sua propriedade; da empresária
Enólla Kay, a Justiça bloqueou sua conta bancária – vale ressaltar que neste
caso está em questão apenas o processo licitatório de revitalização e reconstrução da Praça Coração
de Jesus, no centro comercial de Cajazeiras – obra realizada na gestão do
ex-prefeito Carlos Rafael.
Na
Operação Andaime, as denúncias oferecidas pelo MPF, até o momento, são 247
delitos praticados, atingindo diversos municípios do Alto Sertão paraibano. Ao
todo, já são 42 pessoas acusadas, apenas o empresário Mário Messias Filho está
preso – segundo informação de uma fonte, o promotor responsável pela operação
aguarda a cooperação, ou “delação” do empresário, para concluir o relatório e
penalizar os verdadeiros chefes do esquema criminoso, com sede em Cajazeiras.
As
construtoras chefiadas pelos empresários acusados pela Justiça foram utilizadas
24 vezes, em conjunto com a construtora Gondin & Rego, administrada por
Afrânio Gondin, para conseguir fraudar processos licitatórios em diversos
municípios sertanejos. Desse total, os fraudadores conseguiram vencer oito
licitações em obras como: reconstrução de casas em Cajazeiras (R$ 791.618,61);
contratação de trator para recuperação de estradas; construção de praça, rede
de esgoto, açude público, rede de abastecimento de água, reforma de escola, em
parte com recursos do Fundeb.
Ainda
de acordo com informações chegadas a nossa reportagem, os demais denunciados na
Operação Andaime serão penalizados e seus bens e contas bancárias serão
empenhados e bloqueadas pela Justiça. “Isso
tudo por conta das declarações de Justino à Justiça, todos os processos licitatórios
que Afrânio e Marinho gerenciaram estão sendo investigados, tem muita coisa e
muita gente grande envolvida nesse esquema, é por isso que Marinho não delatou
ainda”, revelou a fonte. Com o caminhar das investigações, nos adiantou a
fonte, a Polícia Federal, GAECO e MPF/PB estarão em Cajazeiras nos próximos
dias para cumprir duas prisões, apreender bens móveis e imóveis e, fazer o
bloqueio de contas bancárias em desfavor de envolvidos.