Uma das mais antigas do Brasil, a Banda de Música da Polícia Militar da Paraíba comemora este ano 148 anos de criação, tendo sido fundada em 1887. Uma das comemorações foi uma apresentação no último dia 30 de julho, na Fundação Espaço Cultural, em João Pessoa, quando um evento do 1º Batalhão da PM prestou homenagem à banda. No mesmo dia, foi aprovado na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) o projeto de lei 223/2015, que declara a Banda “Patrimônio Imaterial do Estado”.
A notícia veio como uma surpresa para o capitão Edson Pequeno, maestro da Banda. “É uma excelente notícia. Vai ajudar na visibilidade”, afirmou. No mês de julho, a Banda também comemorou a data da primeira apresentação, ocorrida no dia 29 de julho de 1870. De acordo com o capitão Edson, não foram programadas grandes apresentações, mas a previsão é que haja um evento maior nas comemorações de 150 anos. “Nesta celebração, um número importante, pretendemos fazer um evento mais pomposo”, disse o maestro.
Incentivo cultural
– No fim do ano passado, a banda ganhou novas instalações e instrumentos. O Governo do Estado inaugurou, em dezembro de 2014, as novas instalações da Banda de Música da Polícia Militar e entregou 64 instrumentos aos seus integrantes, renovando assim toda parte de percussão e sopro. No total, foram investidos cerca de R$ 90 mil nestas melhorias.
O espaço da Banda da PM fica localizado no térreo do 1º Batalhão, no Centro da capital paraibana, e conta com duas salas de ensaios e uma seção que abriga o acervo onde estão armazenadas as partituras com mais de 100 anos de história, a exemplo do dobrado do “Guarani”, de Carlos Gomes.
História – A Banda de Música da Polícia Militar é uma das mais antigas do Brasil, tendo sido criada através da Lei nº 291, de 08 de outubro de 1867, pelo então 2º vice-presidente da província, José Teixeira de Vasconcelos, o Barão de Maraú.
Sua organização se deu em 15 de fevereiro de 1870, no governo de Venâncio José de Oliveira Lisboa, contando com 20 elementos e tendo como mestre o 1º sargento Jorge Matiniano Lopes de Sampaio, que logo foi substituído por outro colega de arte, o 1º sargento Florentino da Silva Ramalho no dia primeiro de março do mesmo ano, sendo seu contra-mestre o 2º sargento José Joaquim de Oliveira.
A história da banda de música da PMPB está ligada não apenas à Corporação a que pertence, mas à história do próprio Estado. A sua afinação e a virtuosidade dos seus músicos é conhecida através dos tempos e foi comprovada em concurso bandístico militar realizado em Recife (PE), quando conquistou a honrosa colocação, competindo com bandas do Exército, Aeronáutica e de Polícias Militares do Nordeste.
Por ocasião da comemoração de seu centenário em 1970, apresentou no Teatro Santa Roza, em João Pessoa, especial audição com músicas eruditas e números populares. Em 1973, na troca do Pavilhão Nacional, em Brasília, obteve sucesso e ganhou elogios.
Ao longo dos anos, artistas renomados saíram dos quadros da banda e ganharam destaque no Brasil e até no exterior, como é o caso do maestro Severino Araújo (da Orquestra Tabajara), maestro Moacir dos Santos (professor de música nos EUA), José Barreto (componente da Orquestra Tupy do Rio de Janeiro) e Jurandir Félix (Jurandir do Sax, ex-militar que ganhou destaque com a execução do Bolero de Ravel nas tardes da Praia do Jacaré, em Cabedelo). Como parte comemorativa do Sssquicentenário da Polícia Militar da Paraíba, em 1982, a banda de música gravou o primeiro disco com repertório de dobrados, clássicos e músicas populares. Em 1985, lançou outros discos e hoje possui também CD e DVD lançados.
Secom-PB
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