Falta comida em Palmares e os desabrigados disputam restos de alimentos em meio à lama que cobriu a cidade; confira também a situação de outros municípios da Mata Sul.
REGIONAL: 26/06/2010 - Uma semana após as enchentes, a situação ainda é dramática nas cidades
que ficaram arrasadas com as chuvas. No município de Palmares, na Mata
Sul de Pernambuco, a sexta-feira (25), até que foi de sol, mas as águas
que transbordaram do Rio Una e destruíram parte da cidade, ainda não
secaram.
Famintos,
restou aos desabrigados disputar restos de alimentos em meio à lama que
cobriu a cidade. A dona de casa Janice Maria estava entre as pessoas
que procuravam desesperadamente algo para comer. “Consegui um pacote de
bolacha. São cinco meninos para dividir”, comemorou.
Os
comerciantes continuam tentando limpar as lojas para recomeçar a vida
normal. Um deles, Luís Carlos Lins, precisou jogar fora cem toneladas
de alimentos, considerados impróprios para consumo.
“Quando
cheguei, no domingo, botei a mão na cabeça e pedi força a Deus.
Alimentos e equipamentos... estamos jogando tudo fora e vamos começar
do zero”, disse Luís.
A população aguardava a saída dos carros de mão carregados com os
produtos na tentativa de conseguir algo pra comer. Em meio à lama, as
pessoas catavam os pacotes fechados ou latas.
A Secretaria de Saúde alerta que a população não deve consumir alimentos que tiveram contato com a lama, pois podem estar contaminados e transmitir doenças como leptospirose.
A Secretaria de Saúde alerta que a população não deve consumir alimentos que tiveram contato com a lama, pois podem estar contaminados e transmitir doenças como leptospirose.
No
município de Primavera, também na Mata Sul, o rio Ipojuca começou a
baixar, e é possível ver o rastro de destruição da água, que atingiu de
cinco a 10 metros de altura.
O
volume de água da Cachoeira do Urubu diminuiu e agora se vê que a ponte
que leva aos bares está destruída. Na cidade, ruas castigadas, casas
destruídas. O mercado público virou um grande depósito. A prefeitura
diz que conseguiu diminuir o número de desabrigados. De 2 mil para 600.
MARAIAL
No
município de Maraial existem varais coletivos para dar conta de tanta
roupa. De acordo com a Defesa Civil, existem três mil moradores
desabrigados.
O
ginásio de esportes virou o principal abrigo para as pessoas que
tiveram as casas destruídas. No local, estão 65 famílias. E não para de
chegar gente.
Heloísa,
que nasceu há 20 dias, veio pra cá há uma semana. “Está todo mundo
dormindo no chão. A família toda”, disse Tamires Maria da Silva.
Duas
mil casas de taipa estão em uma área de risco do bairro Tancredo Neves,
que é a parte alta da cidade. O aposentado José Francisco da Silva, 74
anos, morreu depois que uma barreira deslizou.
ÁGUA PRETA
Em
Água Preta, 12 mil famílias enfrentam dificuldades. Nesta sexta-feira
(25), elas receberam uma ajuda que veio do ar. Aproximadamente 500
litros de água, 320 litros de leite e 830 quilos de alimentos não
perecíveis foram transportados por um helicóptero, que saiu da base
área do Recife. Esta é a única forma de levar os alimentos para as
famílias que estão ilhadas, por causa da destruição de pontes e da lama
nas ruas.
Na
área rural de Água Preta, os moradores do engenho Três Marias esperavam
ansiosos pelas doações. Há uma semana, a força área faz esse trabalho
de transporte de donativos tanto em Pernambuco quanto em Alagoas.
De
acordo com a Celpe, a energia foi religada no início da noite no
município. Algumas casas e ruas ainda estão sem energia devido aos
estragos nas instalações elétricas, mas a rede de fornecimento já foi
recuperada.
Fonte: pe360graus