PERMUTA: 29/06/2010 - Ninguém pode negar que o projeto de reeleição do governador José
Maranhão, entre outras ações, claro, também passa pela oferta de cargos
no governo. É quase automático: aderiu, nomeou.
Filhos de prefeitos, vereadores, a família Lucena, partidos políticos e tudo mais. Para acabar nomeado no Diário Oficial do Estado basta dizer a palavra mágica: voto em Maranhão.
Só pra citar alguns exemplos recentes foi assim com o filho do
prefeito de Mulungu, com Paulo de Tarso, irmão do senador Cícero
Lucena, e com Wellington Roberto, presidente do PR, que ganhou
secretaria por confirmar apoio ao PMDB.
Mas a equação vai muito mais além e resulta numa folha que possui
mais de 29 mil prestadores de serviço e mais de quatro mil cargos
comissionados. Números inquestionáveis porquanto fornecidos pelo
Tribunal de Contas do Estado.
Conceituando, a prática do abuso do poder político consiste no
emprego de serviços ou bens pertencentes à administração pública direta
ou indireta, ou na realização de qualquer atividade administrativa, com
o objetivo de propiciar a eleição de determinado candidato. (ver Pedro
Roberto Decomain).
Assim, não é difícil imaginar que o governador esteja praticando,
aos olhos do Ministério Público Eleitoral, a mais desenfreada campanha
eleitoral usando-se da folha do Estado.
A legislação eleitoral, neste sentido, é falha. Ela proibirá as
contratações nos três meses antes do pleito. Mas o que já foi feito
ninguém mexe.
Em outras épocas, isso seria chamado de coronelismo. Ao nomear
parentes de juízes, prefeitos e políticos, Maranhão mantém poder de
justiça, de polícia e de política. Tudo às custas do dinheiro público.
P>S: Abaixo ouça o governador José Maranhão confirmando de viva voz
que Wellington Roberto, presidente do PR, ganhará uma secretaria após
anunciar apoio à sua reeleição.
Luís Tôrres