OPINIÃO: 10/09/2009 - O embrião composto de elementos opostos evolui e passa a tornar-se um ser completo fisicamente. Ao sair pela “porta natural da vida”, depara-se com o mundo e, ao despertar-se para sociedade, sente-se sede para prosseguir na caminhada, ou seja, a educação essencial ao ser humano. Por conseguinte, existe um questionamento popular: “quem nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha”? Se tal indagação fosse direcionada a Sócrates, este, provavelmente, diria que “só sei que nada sei”. Entretanto, a lógica e a objetividade proporcionam a possibilidade da implantação da Universidade Federal do Sertão que a sociedade almeja, pois a comprovação sociológica indica que o ponto embrionário do desenvolvimento humano e o progresso de um País estão relacionados à educação.
O encontro de ideias propositivas levantadas acerca da implantação da Universidade Federal do Sertão com o Magnífico Reitor da UFCG, Thompson Mariz, sábado passado, na oportunidade, o educador elencou elementos possíveis à realização da academia educacional. A personalidade em destaque demonstrou sensibilidade ao tema proposto e delineou com sabedoria os requisitos e a viabilidade na concretização do feito. Contudo, o debate exige a somatória em comunhão dos seres pensantes, ou seja, o corpo docente, discente, funcionários, a sociedade e a ação política propriamente dita. Aliás, Paulo Freire nos deixou este legado: “Ninguém se liberta sozinho; libertamo-nos sempre juntos”.
Não se pretende, aqui, teorizar a utopia
Não fugindo do questionamento, alguns dias anteriores, a sociedade brasileira assistiu a um espetáculo no Senado Federal, durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). A reunião rendeu mais de seis horas para saber se houve ou não um suposto encontro envolvendo a Ministra da Casa Civil e a ex-secretária da Receita Federal.
Dando sequência à propositura, no mesmo dia da reunião no Senado, uma senadora catarinense colocou em pauta um projeto de lei para criação da Universidade Federal da Fronteira Sul em SC, PR e RS que beneficiará 10 mil alunos. Após o depoimento da ex-secretária durante 6 horas, o projeto foi colocado em pauta e ficaram apenas alguns senadores para aprová-lo; a grande maioria dos membros da Casa do Senado saiu do plenário, bem como toda imprensa nacional que dava ênfase àquela reunião. O suposto encontro era mais importante do que a criação de V campi universitários na Região Sul? Para sociedade, acredita-se que não, mas para o processo eleitoral de 2010, sim.
A virtude não é de direita nem de esquerda, mas está no meio. E no meio não significa neutralidade, mas uma ponderação, o “equilíbrio”. A ação política impulsionada pelo Ministério da Educação tem uma prioridade peculiar com relação à expansão dos campi universitários em todo país, um elemento extremamente positivo para a nação.
Verifica-se a criação da Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Pampa (UFNIPAMPA), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) entre outras instituições de ensino superior. Por que não a criação da Universidade Federal do Sertão (UFS)?
Portanto, não se pode perder essa oportunidade. O Ministro Fernando Haddad avançou nessa direção, a expansão das universidades
Percebe-se, nitidamente, a existência dessa ação política, falta, porém, ao que parece, a união dos membros da corrente acadêmica, mesmo que as opiniões sejam opostas, mas se o caminho apontar à direção no sentido da implantação da Universidade Federal do Sertão, o alcance chegará ao ponto. No encontro das ideias, poderia ocorrer alguma discordância entre aqueles que compõem a população universitária no que tange ao nome da instituição, mas a criatividade do sertanejo é ampla, nem precisaria recorrer ao saudoso Celso Furtado. Poder-se-ia declinar outro nome de consenso (orgulhar-me-ia se fosse Universidade Federal do Sertão –UFS).
Parabéns aos que abraçam e lutam por essa proposta! Segundo Kant, há uma máxima, um princípio, como lei universal. “Se o princípio servir para o mundo, ou seja, universal, é ético”. Sigamos, então, o princípio sugerido por Kant: a viabilização dessa proposta em favor da sociedade acadêmica de modo abrangente. Sejamos, portanto, “os sujeitos” defendidos por Paulo Freire, isto é, “aqueles que se abrem ao mundo e aos outros inaugura com seus gestos a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História."
Texto enviado por Jesus Cartaxo - Advogado e pós-graduado na EPD