POLICIAL: 05/09/2009 - Casal diz que o estrangeiro também 'acariciou' partes íntimas da criança.
Três funcionários da barraca foram chamados para depoimento.
A barraca de praia de Fortaleza em que o italiano preso por beijar a filha de 8 anos na boca estava com a família é monitorada por 17 câmeras. O "Jornal Hoje" obteve, com exclusividade, as imagens do circuito interno que mostram a família do estrangeiro e conversou com o casal de turistas que denunciou o caso.
Uma das câmeras gravou o momento em que o estrangeiro deixa a área da piscina, a pedido de funcionários. O suspeito aparece com a filha. Os dois estão enrolados em uma toalha. Logo depois, a mãe da menina aparece explicando o que estava acontecendo.
Três funcionários da barraca foram chamados para prestar depoimento. Apesar dos empregados afirmarem que não viram nada, dois turistas brasileiros que estavam no local não achara normal o comportamento do italiano com a filha.
Eles disseram que ficaram incomodados com a atitude do estrangeiro. "Ficamos observando aquilo e vimos que ela passava a mão nas partes íntimas da garota e a segurava como se estivesse abraçando uma pessoa adulta", disse um dos turistas. "Aquilo nos incomodou até o ponto em que nós vimos o homem beijar a menina duas vezes na boca, em intervalo de 30 minutos."
O turista brasileiro diz ainda que o pai chegasse a amarrar e desamarrar o biquíni da criança. "O que ele fez não foram selinhos, aquele selinho de carinho. Ele beijou cerca de duas ou três vezes a boca da menina. Pelo menos duas vezes eu vi. Outra vez, a minha esposa viu. Outros turistas também testemunharam."
A prisão - O italiano foi preso na terça-feira (1º). Segundo a polícia, em depoimento, o casal de turistas já havia dito que o estrangeiro beijou a menina na boca e acariciou as partes íntimas da filha. O italiano foi detido de acordo com o artigo 217-a da Lei 12.015, que versa sobre o crime de estupro. Se condenado, ele pode cumprir pena de 8 a 15 anos de reclusão.
"Esta lei está em vigor desde 10 de agosto deste ano e é bastante rígida. O artigo trata de estupro de vulnerável sob a prática de conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menores de 14 anos", disse Ivana Timbó, delegada titular da Delegacia de Combate aos Crimes de Exploração Contra a Criança (Dececa).
O advogado Flávio Jacinto, que defende o estrangeiro, diz que foi um lamentável engano e aponta falhas no inquérito. A mãe da menina, que é brasileira, disse que esse tipo de carinho entre pai e filha é costume entre o povo italiano. G1