Coletiva em Campina Grande explicou os detalhes da Operação Fanes (Foto: João Paulo Medeiros/ TV Paraíba) |
“O que eles conseguiram ganhar fraudando o INSS, eles estavam investindo nessa fábrica de sabão. O lucro das vendas retornava licitamente para eles. A fábrica estava montada para inciar o trabalho em Cajazeiras e o depósito era em Campina Grande”, explicou o delegado Raony Aguiar, da delegacia de combate ao crime organizado.
A Operação Fanes aconteceu em sete cidades paraibanas e em Recife, Pernambuco, numa parceria entre PF, Ministério Público Federal e Ministério da Previdência Social. Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos já chegue a R$ 3 milhões desde outubro de 2014, podendo atingir o valor de R$ 100 milhões levando em conta a expectativa de vida dos beneficiários.
Ao todo, 28 pessoas foram presas durante a operação. O delegado Raony Aguiar explicou como funcionava a fraude.
“Pessoas eram incubidas de aliciar terceiros e esses terceiros, com documentos próprios ou falsos, procuravam um servidor do INSS. Então era concedido fraudulentamente o benefício. Concedido o benefício, a quadrilha fazia com que a pessoa que passou a ser titular do benefício irregularmente pedisse um ou dois emprestimos consignados e o valor desses empréstimos eram entregues à quadrilha como forma de recompensa pelo benefício previdenciário concedido”, explicou.
Um total de 17 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária e 30 de busca e apreensão foram expedidos e começaram a ser cumpridos no início da manhã desta quarta-feira por 140 policiais e 16 servidores da Previdência Social nas cidades de Campina Grande, João Pessoa, Cajazeiras, Patos, Puxinanã, Mogeiro, Caturité e Recife.
O termo "Fanes" significa criação na língua grega e foi atribuída à operação porque a quadrilha criava beneficiárias para acessarem aposentadorias e pensões. De acordo com as investigações da PF, documentações eram fraudadas para comprovarem exercício de atividade rural. Algumas vezes, segundo a Polícia Federal, os funcionários da Previdência Social autorizavam o benefício com base apenas na entrevista, sem apresentação de documentos.
G1PB