Uma doença grave, mas
negligenciada, o tratamento não é levado tão a sério, segundo o médico
infectologista Rodolpho Dantas, a Leishmaniose (calazar) foi tema de debate
durante treinamento oferecido nesta terça-feira 09 pela Secretaria de Saúde do
Estado a profissionais da atenção básica, médicos, enfermeiros, agentes
ambientais, técnicos em saúde.
O evento ocorreu no
auditório do Sebrae, no Rodoshopping Edvaldo Mota, em Patos. Esse treinamento
em manejo clínico se justifica pelo perigo que as cidades estão vivendo,
especialmente pela grande população de cães “vadios” que vivem perambulando sem
dono e sem receber os cuidados necessários.
Na regional Patos houve
este ano quatro notificações de Leishmaniose, três em Santa Luzia, dos quais um
óbito de uma criança, e uma em Desterro.
Em Santa Luzia a Secretaria Municipal de Saúde fez busca ativa e dez cães
contaminados por calazar tiveram que ser sacrificados.
Ano passado foram cinco casos na regional
Patos, com um óbito (São José do Sabugi), segundo dados repassados pela
coordenadora de epidemiologia da 6ª região de saúde, Marivalda Xavier. Ano passado
foram 61 notificações de calazar na Paraíba, 22 a mais que em 2013. Estima-se
que por ano 3 mil pessoas no Brasil sejam contaminadas pela doença, causada por
um protozoário
Para o infectologista, é
preciso maiores cuidados com os cães de rua. Sugere uma campanha que recolha
esses animais, que sejam examinados e os que estiverem com leishmaniose ser
sacrificados. Já para os animais sadios há a necessidade de castrá-los e
colocar para a doção. A intenção é evitar a superpopulação canina nas ruas.
“Mesmo os que não sejam adotados e voltem pra ruas, mas só o fato de estarem
castrados e não aumentarem a população, quando chegar ao seu período limite de
vida, já teremos isso controlado”, comentou o médico Rodolpho.
Sobre o treinamento desta
terça-feira, explica que um dos objetivos é orientar os médicos, enfermeiros
para identificar os casos iniciais, para não tratar apenas o paciente, mas
investigar o caso in loco, os familiares, verificar se há cachorro na
residência e senão tiver procurar no vizinho, caso o animal esteja doente,
sacrificá-lo. “É necessário tratar somente o doente, mas o meio em que ele
estar”, acrescentou.
A transmissão da
leishmaniose se dá através da picada do mosquito-palha no animal que apresenta
o parasita e depois pica o homem.
Recomendações
* Mantenha a casa limpa e
o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas
proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros
e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao
entardecer;
* Coloque telas nas
janelas e embale sempre o lixo;
* Cuide bem da saúde do
seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que
será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas
por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimentado sangue
infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios
que desenvolvem a doença;
* Lembre-se de que os
casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de
saúde.
Por Marcos Eugênio