quarta-feira, 10 de junho de 2015

Cães de rua são maior preocupação de transmissão de calazar

Uma doença grave, mas negligenciada, o tratamento não é levado tão a sério, segundo o médico infectologista Rodolpho Dantas, a Leishmaniose (calazar) foi tema de debate durante treinamento oferecido nesta terça-feira 09 pela Secretaria de Saúde do Estado a profissionais da atenção básica, médicos, enfermeiros, agentes ambientais, técnicos em saúde.

O evento ocorreu no auditório do Sebrae, no Rodoshopping Edvaldo Mota, em Patos. Esse treinamento em manejo clínico se justifica pelo perigo que as cidades estão vivendo, especialmente pela grande população de cães “vadios” que vivem perambulando sem dono e sem receber os cuidados necessários.

Na regional Patos houve este ano quatro notificações de Leishmaniose, três em Santa Luzia, dos quais um óbito de uma criança, e uma em Desterro.  Em Santa Luzia a Secretaria Municipal de Saúde fez busca ativa e dez cães contaminados por calazar tiveram que ser sacrificados.

Ano passado foram cinco casos na regional Patos, com um óbito (São José do Sabugi), segundo dados repassados pela coordenadora de epidemiologia da 6ª região de saúde, Marivalda Xavier. Ano passado foram 61 notificações de calazar na Paraíba, 22 a mais que em 2013. Estima-se que por ano 3 mil pessoas no Brasil sejam contaminadas pela doença, causada por um protozoário

Para o infectologista, é preciso maiores cuidados com os cães de rua. Sugere uma campanha que recolha esses animais, que sejam examinados e os que estiverem com leishmaniose ser sacrificados. Já para os animais sadios há a necessidade de castrá-los e colocar para a doção. A intenção é evitar a superpopulação canina nas ruas. “Mesmo os que não sejam adotados e voltem pra ruas, mas só o fato de estarem castrados e não aumentarem a população, quando chegar ao seu período limite de vida, já teremos isso controlado”, comentou o médico Rodolpho.

Sobre o treinamento desta terça-feira, explica que um dos objetivos é orientar os médicos, enfermeiros para identificar os casos iniciais, para não tratar apenas o paciente, mas investigar o caso in loco, os familiares, verificar se há cachorro na residência e senão tiver procurar no vizinho, caso o animal esteja doente, sacrificá-lo. “É necessário tratar somente o doente, mas o meio em que ele estar”, acrescentou.

A transmissão da leishmaniose se dá através da picada do mosquito-palha no animal que apresenta o parasita e depois pica o homem.

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimentado sangue infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios que desenvolvem a doença;

* Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.




Por Marcos Eugênio