Vítima da ditadura militar, o deputado estadual Anísio Maia
(PT) criticou o ministro Jacques Wagner (Defesa) por ter feito homenagens a um
general apontado como torturador e assassino pelo Relatório Final da Comissão
Nacional da Verdade (CNV). Os crimes foram praticados durante a ditadura
militar instalada em 1964.
"Um absurdo sem igual! Um desrespeito à memória daqueles
que lutaram pela democracia no Brasil e sofreram nas mãos dos torturadores.
Muitos de nós pagaram com a própria vida! Quem defende torturador não conhece a
história do País ou concorda com a prática criminosa disseminada pela ditadura
militar", afirmou Anísio Maia.
O deputado petista disse ser assustador Jacques Wagner ter
permitido honras militares e ter enviado um general como seu representante no
funeral do general Leônidas Pires Gonçalves, cujo corpo foi velado na manhã do
último sábado, dia 06/06. Relatório Final da CNV também mencionou Leônidas por
ter subornando militantes políticos para obter informações sobre movimentos de
resistência política.
Anísio Maia lembrou que, em 1985, Leônidas tornou-se ministro
do Exército de José Sarney. Na condição de ministro, tornou-se um dos
principais responsáveis pelo massacre de Volta Redonda, em 1988, quando tropas
do Exército assassinaram a golpes de baioneta três operários da Companhia
Siderúrgica Nacional, durante greve dos trabalhadores.
"É
preciso ter consciência sobre a história recente do País. O general Leônidas
chefiou o CODI do I Exército, no Rio de Janeiro, entre março de 1974 e novembro
de 1976. Nesse período, dezenas de presos políticos capturados pela repressão
foram torturados e até assassinados nas dependências do DOI-CODI, subordinado a
Leônidas. Então, não é possível prestar
homenagens a uma pessoa como essa. Um criminoso!", finalizou Anísio Maia.
Assessoria