Fernando Collor
(Foto: Agência Brasil)
POLÍTICA: 30/07/2010 - O
senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) ligou para a
redação da sucursal de Brasília (DF) da revista IstoÉ, na tarde desta
quinta-feira (29), e ameaçou esbofetear o jornalista Hugo Marques por
conta de uma nota na edição de 21 de julho sobre o pedido de impugnação
da candidatura do político alagoano.
"Quando eu lhe encontrar,
vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu filho da puta", vociferou
Fernando Collor após explicar ao repórter o motivo de sua ligação. (Ouça a gravação)
Em
entrevista ao Portal IMPRENSA, Marques declarou que, ao constatar o
teor da ligação, desligou o telefone imediatamente. "Eu não queria ouvir
insultos e nem responder. Fico preocupado dele tentar arrancar alguma
agressividade minha. Se eu criar um conflito com ele, fico impedido de
cobrir. Então não falei nada", contou.
Sobre o fundamento das
ameaças do ex-presidente - que concorre ao governo de Alagoas -, Marques
pontuou que os dados sobre a candidatura de Collor estão no site do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Ele tem que convencer a Justiça
Eleitoral, não a mim".
Marques afirmou que não irá se manifestar
contra Collor, tampouco acionar entidades de classe, mas pontuou ser
"lamentável" a atitude do ex-presidente "em um regime democrático". "Não
tenho nada contra ele, mas é lamentável que um sujeito desses ligue
para uma redação e ameace uma pessoa. Ele poderia ter mais cautela,
poderia respeitar os direitos humanos".
De acordo com o
repórter, Collor estaria desgostoso com a revista por conta de outras
matérias em que o político é citado. Sobretudo a respeito de uma entrevista com sua ex-mulher, Rosane Malta, em que é indicado como sonegador de impostos.
A
respeito de um eventual encontro com o ex-presidente, Marques disse não
estar temeroso. "Sou faixa roxa de Karatê (risos)", afirmou. "Estou há
22 anos denunciando bandidos de peso pesado e essa deve ser a décima
ameaça, e isso não me intimida", finalizou.
A reportagem tentou
contato com o diretório nacional e regional do PTB e com a coordenação
de campanha de Collor e não obteve retorno. A assessoria de imprensa de
seu gabinete no Senado declarou que não tem relação com as atividades do
senador fora de seu mandato, e por isso não poderia se pronunciar.
Fonte: Portal Imprensa