A história é bonita, mostra resistência ao regime militar, mas poderia
ter sido suprimida da biografia ou contada de outra forma.
NOTÍCIAS: 27/07/2010 - A biografia do governador, José Maranhão (PMDB), em seu
site de campanha (www.ze15maranhao.com.br ), fala da perseguição política que o
peemedebista teria sido vítima na época da ditadura, quando se recusou de
participar da "vigília cívica" e teve o seu pai preso em represaria.
A história é bonita, mostra resistência ao regime militar, mas poderia ter
sido suprimida da biografia ou contada de outra forma. Pois, o peemedebista
aponta como perseguidor o então governador, Pedro Gondim, avô do prefeito de
Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, e do deputado federal e candidato a
senador, Vital do Rêgo Filho, ambos do PMDB.
A passagem que trata da perseguição encabeçada pelo avô dos seus aliados
começa da seguinte forma: “Na Assembléia Legislativa, Zé Maranhão ficou entre os
poucos deputados que se recusaram a participar da "vigília cívica", um nome
pomposo para demonstrar subserviência e adesão à ditadura. Membro da histórica
minoria, ele se recusou a saudar o golpe e seus generais”.
No parágrafo seguinte o relato continua: “Para intimidá-lo, as forças
reacionárias locais, comandadas pelo governador Pedro Gondim, forjam a prisão de
seu pai, o velho Beja Maranhão, trazido preso de Araruna para depor na
polícia”.
Ao final da passagem, o texto revela que o relato da perseguição de Pedro
Gondim foi feito pelo próprio Maranhão: “Quem conta, emocionado, é o próprio Zé
Maranhão: "Foi pura perseguição política. Quando meu pai chegou em João Pessoa,
escoltado diante da Polícia, disseram ´Bem, Beja, você está livre´. Então, meu
pai reagiu: ´Não, eu quero depor. Faço questão de depor. Eu quero saber por que
estou preso´. Aí, eles tiveram que fazer uma simulação, forjar um inquérito.
Tudo porque ele era o pai de um deputado que não era bem visto pelo golpe de
1964".
Pedro Gondim foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), foi
deputado estadual por duas vezes, foi vice-governador e governador do Estado.
Com o golpe de 1964, candidata a deputado federal pela Arena e repassa o cargo
ao então governador eleito João Agripino.
Nessa época, ele teve os seus direitos políticos cassados por dez anos e
perde seu mandato de deputado e somente em 1979 é anistiado pelo presidente João
Figueiredo. Retoma as atividades políticas, filiando-se ao PMDB e candidatou-se
ao Senado Federal. Ele não consegue ser eleito e se afasta de vez da
política.
PolíticaPB