terça-feira, 27 de julho de 2010

Em site de campanha Maranhão diz que foi perseguido por avô de Veneziano e Vital

A história é bonita, mostra resistência ao regime militar, mas poderia ter sido suprimida da biografia ou contada de outra forma.

NOTÍCIAS: 27/07/2010 - A biografia do governador, José Maranhão (PMDB), em seu site de campanha (www.ze15maranhao.com.br ), fala da perseguição política que o peemedebista teria sido vítima na época da ditadura, quando se recusou de participar da "vigília cívica" e teve o seu pai preso em represaria.

A história é bonita, mostra resistência ao regime militar, mas poderia ter sido suprimida da biografia ou contada de outra forma. Pois, o peemedebista aponta como perseguidor o então governador, Pedro Gondim, avô do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, e do deputado federal e candidato a senador, Vital do Rêgo Filho, ambos do PMDB.

A passagem que trata da perseguição encabeçada pelo avô dos seus aliados começa da seguinte forma: “Na Assembléia Legislativa, Zé Maranhão ficou entre os poucos deputados que se recusaram a participar da "vigília cívica", um nome pomposo para demonstrar subserviência e adesão à ditadura. Membro da histórica minoria, ele se recusou a saudar o golpe e seus generais”.

No parágrafo seguinte o relato continua: “Para intimidá-lo, as forças reacionárias locais, comandadas pelo governador Pedro Gondim, forjam a prisão de seu pai, o velho Beja Maranhão, trazido preso de Araruna para depor na polícia”.

Ao final da passagem, o texto revela que o relato da perseguição de Pedro Gondim foi feito pelo próprio Maranhão: “Quem conta, emocionado, é o próprio Zé Maranhão: "Foi pura perseguição política. Quando meu pai chegou em João Pessoa, escoltado diante da Polícia, disseram ´Bem, Beja, você está livre´. Então, meu pai reagiu: ´Não, eu quero depor. Faço questão de depor. Eu quero saber por que estou preso´. Aí, eles tiveram que fazer uma simulação, forjar um inquérito. Tudo porque ele era o pai de um deputado que não era bem visto pelo golpe de 1964".

Pedro Gondim foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), foi deputado estadual por duas vezes, foi vice-governador e governador do Estado. Com o golpe de 1964, candidata a deputado federal pela Arena e repassa o cargo ao então governador eleito João Agripino.

Nessa época, ele teve os seus direitos políticos cassados por dez anos e perde seu mandato de deputado e somente em 1979 é anistiado pelo presidente João Figueiredo. Retoma as atividades políticas, filiando-se ao PMDB e candidatou-se ao Senado Federal. Ele não consegue ser eleito e se afasta de vez da política.

PolíticaPB