quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

“Sertanejante” do artista popular baiano Carlos Silva

Na simplicidade versativa da minha filologia, desnudo por entre versos a essência da mais bela paisagem versativa, numa viagem pelo meu sertão agrestino tão meu e brasileiro.
Sou um toco de jurema brotando por entre o gravatá da caatinga, o florescer de uma nova cantiga chamada poesia, desfilando pelas veredas abertas da minha inspiração, o dom mais sublime em descrever o meu torrão amado.

Hoje, (aquilometrado pela distancia) sinto o cheiro da saudade aperfumar o meu sentido mais intimo de vontade de pisar de novo neste sagrado solo.

Em meio a violeiros tantos, rimadores repentinos, cantantes de diversoa modas entoando cultura popular em cada acorde ou nota soprada ao vento.Sou um pedaço de tudo isso, beiçando as iguarias mais gostosas do meu lugar.

Um açude, um pé de serra, um tanque grande bem maior que meu sonhar, desaguando minha meninice teimando as ordens de mamãe corretivas em não banhar-me por ali.

Ahhh saudade. Porque teima em cutucar-me o juizo?

Visto que antes, os versos de duplas como Dadinho e Caboclinho, a tocante sanfona de Josa vaqueiro do sertão, Marinês e sua gente numa lonagem de circo de rua, me faziam sonhar com o mundo das artes e do entretenimento.

Eram teatros abertos aos olhos imagináveis de vontades despertando em cada pulsar o querer ser também eu a estar ali arteando para o povo ver e ouvir.

Onde estão as duplas de meio de feira, o gritar estatelado do propagandista oferecendo suas ervas de tudo quanto era cor?

Onde está à infantilidade doutrora que hoje me faz passear pelas letras o meu sentir?

Se a vida é também para ser lida, elevo meu pensar nos sertões de Guimarães cheirando todas as rosas da busca.

Feito Fabiano, bebo em fontes de esperança o meu viver, evitando a secura e a cegueira do não encontrar.

Ahhh meu sertão amado, cercado de tantos diferentes sotaques e longe de refinos gramaticais. Amo a tua simplicidade sertanica e o teu jeito mais puro de ser e sentir, pois assim, mutuamente, nos completamos a cada palavra solta.

Entre o sertão e eu, não carece tanto ismo, pois nos aceitamos e nos acostumamos nessa cumplicidade de tiros, mitos e gestos tão nossos, de nosso povo suado e sonhante sem exigir da vida, mais do que o necessário para viver.

A labuta bruta me basta e assim em cada pedaço de mim vivido, tenho Itamira-Ba, como fonte inspiradora do meu viver.


 
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Carlos Silva – poeta cantor, cordelista e compositor
 
 
 
 
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