O Governo do Estado criou, apenas este
ano, 311 leitos em hospitais públicos da Paraíba. Para 2012, mediante
conclusão de obras de construção e reformas de unidades de saúde, outros
450 serão criados, totalizando 761novos leitos em menos de dois anos.
As informações foram divulgadas pelo governador Ricardo Coutinho, no
programa radiofônico “Fala Governador” desta segunda-feira (12).
Segundo o governador, a saúde pública e,
particularmente, a área que compete ao Estado, que é o atendimento
hospitalar, é de enorme complexidade. “Em 2011, aprendemos muito.
Tivemos que começar a pensar a saúde como um sistema, e não como uma
colcha de retalhos de eventos separados que, no final, resultava em
pouca coisa”, destacou.
De acordo com ele, de janeiro até
novembro passado, o Governo do Estado investiu R$ 243 milhões em saúde,
enquanto que em todo o ano de 2010 o investimento chegou a R$ 170
milhões. “Percebe-se, assim, o porquê de estarmos evoluindo de forma tão
rápida”, disse.
Só este ano, foram investidos R$ 61
milhões na compra de medicamentos, sendo R$ 20 milhões referentes,
apenas, a dívidas deixadas pela gestão anterior – faltando ainda outros
R$ 12 milhões para quitar as pendências. Em equipamentos, foram R$ 9,5
milhões investidos. Além disso, ainda foram instalados 135 centros de
obstetrícia e realizados 166 transplantes, sendo 134 deles de córneas.
Mais leitos – Do total
de leitos criados pelo Governo do Estado em 2011, 66 estão no Hospital
de Trauma de Campina Grande, inaugurado este ano. Além deles, foram
criados outros 30 leitos de retaguarda no hospital Pedro I, totalizando
96 na cidade. No Hospital Regional de Cajazeiras, foram mais 13 leitos
abertos, enquanto no Regional de Guarabira – que também ganhou uma
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – foram outros 35 (sem contar os
nove que serão criados na área pediátrica).
Já em Mamanguape, um novo hospital está
sendo construído, com mais 140 leitos. “Com a ampliação no número de
leitos, o importante agora é amarrar direitinho o sistema, pois se não
tiver regulação, todo mundo vai correr para o hospital que julga
melhor”, destacou.
Para evitar que isso aconteça, Ricardo
explicou que é preciso que os municípios melhorem os seus PSFs, locais
onde muitos problemas podem ser resolvidos, sem necessidade de serem
encaminhados a hospitais.
Pactuação – O
governador também destacou o uso da gestão compartilhada em hospitais
(como a Cruz Vermelha, no Trauma da Capital), com o objetivo de pactuar
metas. “Desde o início deixamos claro que, com a pactuação, o hospital
continua a ser do Poder Público, segue fazendo parte do SUS. Entretanto,
agora o Governo do Estado pode cobrar as metas estabelecidas, não mais
de forma dispersa, mas por meio de contrato. Com isso, os resultados
positivos foram aparecendo”, explicou.
Segundo Ricardo Coutinho, o Trauma
conseguiu aumentar em cerca de 20% o número de cirurgias realizadas.
“Contratamos 100 leitos em hospitais de retaguarda, acabando com a
superlotação no Trauma. Os pacientes em risco de vida, agora, esperam
menos de trinta minutos para serem atendidos. Estamos trocando todo o
enxoval do hospital e, a partir do próximo mês, vamos criar mais oito
leitos na unidade”, disse.
Além disso, o Trauma da Capital,
conforme informações do governador, não possui mais nenhum servidor sem
condição de contratação definida. “Todos eles têm seus direitos legais,
suas conquistas da CLT asseguradas. Assim, o hospital tem funcionado
cada vez melhor”, avaliou.
O Estado vai começar 2012 com uma rede
solidária de hospitais filantrópicos. “Ao serem reativadas, essas
unidades podem prestar um serviço muito importante para a região onde se
localizam”, assegurou Ricardo.
Fiat – Ricardo Coutinho
aproveitou o programa para desmentir os boatos de que a fábrica da
Fiat, que funcionará no município de Goiana, em Pernambuco, não vai
contratar mão de obra da Paraíba. “A Fiat, ou qualquer outra empresa,
vai contratar os profissionais que julgar aptos ao serviço a ser
desempenhado. Além disso, no caso em questão, quem contrata não é o
Governo do Estado, e sim a própria Fiat. Empresa alguma, sobretudo do
porte da Fiat, estaria submissa ao Governo. Esse boato é de uma má fé
sem tamanho”, destacou.
Ainda segundo o governador, cada
Estado investe na qualificação de sua população. “Estamos formando
mão-de-obra. Priorizo quem mora aqui. A partir do momento em que esse
pessoal estiver formado, a empresa, no seu ritmo, vai contratar a mão de
obra disponível, conforme seus interesses, e não por determinação de
Governo”, acrescentou.
PAC Funasa – Ricardo
também destacou o fato de a Paraíba ter se destacado na liberação de
recursos do PAC Funasa. Ele explicou que o Estado inscreveu 51 projetos
no PAC, orçados em R$ 456 milhões. “Inscrevemos projetos já prontos e,
na semana passada, a Paraíba foi agraciada com um total de R$ 126
milhões, o que é, naturalmente, uma quantia importante para cuidar de
abastecimento d’água e esgotamento sanitário. Do total de recursos
liberados, 69% vieram de propostas elaboradas e encaminhadas pelo
Governo do Estado”, contou.
Incluindo os investimentos para
melhorias sanitárias, o Governo conseguiu um total de R$ 138 milhões em
recursos, despontando como o segundo Estado do Nordeste com maior volume
de verbas aprovadas (está atrás apenas da Bahia). “Perdemos para um
Estado que tem a população cinco vezes maior que a nossa e um território
oito vezes superior. Isso, na essência, é uma conquista muito
importante para nós, que precisa ser compreendida e celebrada pelos
paraibanos”, disse.
Além dos recursos do PAC Funasa, Ricardo
enfatizou que o Estado também teve mais de R$ 100 milhões aprovados,
por meio do Ministério das Cidades, por meio do grupo 3 do PAC II.
“Estamos conseguindo muitas aprovações. Primeiro, porque apresentamos
projetos bem elaborados, com consistência. Segundo, pela sensibilidade
da presidente Dilma, que está nos apoiando para que a Paraíba volte a
ter projeção nacional, a ser respeitada, levando em conta as
necessidades da população”, finalizou.