terça-feira, 19 de maio de 2020

‘Costurando Sonhos’: reeducandas de Cajazeiras já produziram mais de 15 mil máscaras


Em menos de três meses, 12 reeducandas da Cadeia Pública Feminina da Comarca de Cajazeiras, Município localizado no Alto Sertão e distante 468 Km de João Pessoa, já produziram mais de 15 mil máscaras de projeção individual. Elas fazem parte do Projeto “Costurando Sonhos”, desenvolvido pela Diretoria da Cadeia, com o apoio da Gerência de Ressocialização e da Administração Penitenciária e do Poder Judiciário estadual, por meio da Vara de Execução Penal (VEP) e da 2ª Vara de Cajazeiras.

As máscaras também estão sendo produzidas nas unidades femininas de João Pessoa, Campina Grande e Patos. De acordo com a policial penal e diretora da Unidade de Cajazeiras, Paloma Correia Lima, a produção das máscaras teve início em março e a meta de 15 mil unidades já foi batida. “Isso significa uma fabricação diária de 600 unidades, distribuídas para os policiais penais do Estado, como para as áreas de Saúde, Segurança Pública, polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros”, informou.

Segundo o juiz da Vara de Execução Penal (VEP) e do Juizado Especial Misto da Comarca, Ricardo Henriques Pereira Amorim, logo que a Direção da Cadeia Pública Feminina deu início ao Projeto, a sociedade apoiou, como a exemplo de empresários locais e servidores públicos. “Essas mulheres manifestam cidadania e comprometimento com o bem-estar social, dando um passo no abandono da superação do próprio passado. Ao mesmo tempo, deixam de lado a ociosidade do cárcere para se dedicarem à produção de bens de grande relevância, nesse momento de crise, dignificando-se por meio do trabalho”, comentou o magistrado.

O juiz afirmou que é assim que a Execução Penal pretende cumprir suas finalidades, com reparação social do dano, advindo do crime, e a ressocialização das apenadas. “Parabenizo, com gratidão, a administração da Cadeia Pública Feminina de Cajazeiras e todos que apoiaram o Projeto, especialmente as mulheres, que estão se dedicando, todos os dias, à produção das máscaras”, destacou Ricardo Henriques.

A linha de produção do Projeto Costurando Sonhos funciona em uma cela destinada ao albergue, na parte externa da Cadeia e quem coordena a pequena fábrica é Aline de Moura Soares. Nascida em São Paulo, ela tem 25 anos e cumpre pena na Cadeia Pública de Cajazeiras desde janeiro deste ano. “Me sinto bem e útil trabalhando, pois sei que estou ajudando o próximo e a mim mesma. Considero um Projeto especial, por contribuir, através da produção de máscaras, para a proteção das pessoas, nesse momento tão difícil”, comentou.


Por Fernando Patriota - Assessoria/TJPB