Em menos de três meses, 12
reeducandas da Cadeia Pública Feminina da Comarca de Cajazeiras, Município
localizado no Alto Sertão e distante 468 Km de João Pessoa, já produziram mais
de 15 mil máscaras de projeção individual. Elas fazem parte do Projeto
“Costurando Sonhos”, desenvolvido pela Diretoria da Cadeia, com o apoio da
Gerência de Ressocialização e da Administração Penitenciária e do Poder
Judiciário estadual, por meio da Vara de Execução Penal (VEP) e da 2ª Vara de
Cajazeiras.
As máscaras também estão
sendo produzidas nas unidades femininas de João Pessoa, Campina Grande e Patos.
De acordo com a policial penal e diretora da Unidade de Cajazeiras, Paloma
Correia Lima, a produção das máscaras teve início em março e a meta de 15 mil
unidades já foi batida. “Isso significa uma fabricação diária de 600 unidades,
distribuídas para os policiais penais do Estado, como para as áreas de Saúde,
Segurança Pública, polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros”, informou.
Segundo o juiz da Vara de
Execução Penal (VEP) e do Juizado Especial Misto da Comarca, Ricardo Henriques
Pereira Amorim, logo que a Direção da Cadeia Pública Feminina deu início ao
Projeto, a sociedade apoiou, como a exemplo de empresários locais e servidores
públicos. “Essas mulheres manifestam cidadania e comprometimento com o
bem-estar social, dando um passo no abandono da superação do próprio passado.
Ao mesmo tempo, deixam de lado a ociosidade do cárcere para se dedicarem à
produção de bens de grande relevância, nesse momento de crise, dignificando-se
por meio do trabalho”, comentou o magistrado.
O juiz afirmou que é assim
que a Execução Penal pretende cumprir suas finalidades, com reparação social do
dano, advindo do crime, e a ressocialização das apenadas. “Parabenizo, com
gratidão, a administração da Cadeia Pública Feminina de Cajazeiras e todos que
apoiaram o Projeto, especialmente as mulheres, que estão se dedicando, todos os
dias, à produção das máscaras”, destacou Ricardo Henriques.
A linha de produção do
Projeto Costurando Sonhos funciona em uma cela destinada ao albergue, na parte
externa da Cadeia e quem coordena a pequena fábrica é Aline de Moura Soares.
Nascida em São Paulo, ela tem 25 anos e cumpre pena na Cadeia Pública de Cajazeiras
desde janeiro deste ano. “Me sinto bem e útil trabalhando, pois sei que estou
ajudando o próximo e a mim mesma. Considero um Projeto especial, por
contribuir, através da produção de máscaras, para a proteção das pessoas, nesse
momento tão difícil”, comentou.
Por Fernando Patriota -
Assessoria/TJPB