A ação interposta pela 12ª promotora de Justiça de Campina Grande, Juliana Couto (que atua na defesa da criança e do adolescente), tramita na Vara da Infância e Juventude de Campina Grande e é um desdobramento do procedimento administrativo, instaurado para monitorar a oferta dos benefícios sociais em favor de famílias em vulnerabilidade econômica e social.
Conforme explicou a promotora de Justiça, é dever do Estado implementar políticas públicas de suporte às famílias que convivem com a pobreza, para minimizar as desigualdades sociais e garantir que elas possam prover às suas crianças e adolescentes direitos constitucionais mínimos (como alimentação, moradia, educação, saúde e lazer). Apesar disso, foi constatado que o Município de Campina Grande não tem cumprido esse dever e nem garantido dotação orçamentária mínima para dar suporte aos benefícios eventuais previstos na lei municipal.
Vale ressaltar que somente de janeiro a abril deste ano, o Fundo Municipal de Assistência Social recebeu de repasses federais exatos: R$ 5.806.437,33. Que podem ser vistos no link do Sagres-PB: https://sagresonline.tce.pb.gov.br/#/municipal/transferencias/recebidas
Desassistência – A promotora de Justiça informou que, há três anos, vem tentando resolver de forma extrajudicial o problema, que foi agravado em razão da pandemia, ocasionando o aumento de crianças e adolescentes em instituições de acolhimento, em situação de risco, insegurança alimentar, trabalho infantil e mendicância.
“Em maio de 2019, o MPPB realizou reunião com secretarias municipais e esclareceu a necessidade de o município financiar ações de apoio e fortalecimento a famílias em situação de vulnerabilidade, lembrando que o Estatuto da Criança e do Adolescente traz o princípio da prioridade absoluta, que preceitua que verbas públicas devam ser destacadas privilegiadamente às políticas de atendimento à infância e juventude”, disse. Confira mais detalhes: https://f5online.com.br/mp-aciona-pmcg-na-justica-para-distribuir-3-mil-cestas-basicas-mensais/
Outros escândalos - A problemática da questão da compra de alimentos por parte da Prefeitura de Campina vem desde a gestão passada que teve descoberta a famigerada ‘Operação Famintos’, onde a Polícia Federal descobriu desvios milionários por parte de uma ‘Orcrim da Merenda’ que superfaturava a compra de merendas nas escolas municipais. Nesta atual gestão já houve a descoberta de escândalos envolvendo o sobrepeso dos alimentos comprados pela prefeitura.
Da Redação