Acreditando na eleição de Lula, segundo apontam as pesquisas de opinião que dão larga vantagem ao candidato petista, o parlamentar paraibano disse que defenderá junto ao presidente Lula a revogação dessa decisão. “Essa privatização, quer entregar o patrimônio nacional a preço de banana, pois estamos nos referindo a uma empresa que valeria hoje, no mínimo, R$ 400 bilhões, e querem ‘vender’ esse empresa estratégica, cujo patrimônio foi avaliado pelo governo em R$ 67 bilhões, mas, na verdade equivale a pelo menos R$ 130,4 bilhões”, denuncia Jeová, lembrando que nenhum país cuja matriz energética tem a hidroeletricidade como parte significativa privatizou seu setor elétrico, a exemplo dos EUA, China, Canadá, Suécia, Rússia e outros países.
O deputado lembra ainda que essa venda ofende os interesses da soberania brasileira e do povo brasileiro. “Essa privatização como as demais significará a entrega ao capital especulativo estrangeiro da principal fonte de energia nacional que a elétrica. Esse é um crime de lesa pátria e só há uma forma de resolver isso. É o eleitor no dia 2 de Outubro retirar do poder, definitivamente, Bolsonaro e toda a sua equipe liderada por Paulo Guedes”, afirma Jeová, lembrando que a pressa por privatizar, a falta de transparência e os valores envolvidos que são muito abaixo do que a empresa vale, por si só, já seriam justificativas convincentes para colocar em suspeição essa operação.
A diferença de avaliação entre o preço real e o estipulado pelo governo foi, inclusive, um dos argumentos do ministro Vital do Rêgo, do TCU, para votar contra a privatização da empresa nos moldes definidos pelo governo, o que, infelizmente, foi aprovada pelo tribunal. Em seu voto discordante, o ministro apontou equívocos nas estimativas de preço de energia em longo prazo, no risco hidrológico e na taxa de desconto do fluxo de caixa, elementos que, segundo ele, foram desconsiderados no cálculo de precificação realizado pelo governo. O representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Ikaro Chaves, chama atenção para outra questão. A de que a privatização também deve significar aumento na conta de luz para o consumidor.
Qual a proposta - Na proposta de privatização da Eletrobras, o governo pretende vender novas ações para reduzir sua participação no capital social, criando uma empresa sem controle definido. A privatização da Eletrobras se dá por meio de uma capitalização na Bolsa de Valores. Com isso, a participação do governo na empresa é reduzida para cerca de 45%. A principal mudança com a privatização é que a iniciativa privada passará a deter a maior parte do capital acionário, consequentemente, o controle da empresa que tem 105 usinas, entre elas 36 hidrelétricas, incluindo a Belo Monte, 10 termelétricas, duas termonucleares, 20 eólicas e uma solar.
Assessoria