“A eleição ano sim, ano não
é muito ruim e não está fortalecendo a democracia. Na realidade, isso fragiliza
o processo democrático porque só está sendo bom para quem tem uma estrutura
econômica forte, que tem grupo econômico que financia essas eleições. Não é o
caso dos partidos que tem uma feição mais de base e popular, que é o campo que
gravita a nossa política. Por isso, sempre defendi a unificação das eleições, e
realização de eleições gerais, simultâneas, para todos os cargos eletivos, só
acho que esse momento não é o de se discutir isso. Todas as atenções agora
precisam estar voltadas para o combate a pandemia do Covid-19. É tempo de
salvar vidas e os empregos”, disse na última quinta-feira (02), o deputado
estadual Jeová Campos, referindo-se a muitas declarações sobre a possibilidade
de adiamento das eleições de 2020 diante deste cenário de pandemia.
Conjunturalmente, explica o
parlamentar, ele acha que esse ano não ter eleição, é uma situação atípica. “De
fato, agora há um fator presente na conjuntura que não existia, que é essa
pandemia do Covid-19, até onde isso vai, quais serão as implicações econômicas
e sociais que ficarão deste episódio de saúde grave, que impactou a economia
mundial e também a do Brasil. Acho precipitado, neste momento, tomar essa
decisão, pois não consigo enxergar agora se isso permitirá ter a normalidade
necessária para ter uma eleição. Na minha percepção, esse conjunto de valores
não estão claros, ainda para se avaliar com tanta convicção”, disse Jeová.
O deputado lembrou que ele
defende há tempos a unificação das eleições de vereador a presidente da República
e uma reforma política profunda. “O Brasil tem que fazer a unificação das
eleições e uma reforma política que institua mandatos de cinco anos, sem
reeleição para os cargos majoritários, apenas uma reeleição para os cargos
proporcionais de vereadores, deputados e senadores. É necessário fazer uma
reforma política profunda, com financiamento público exclusivo de campanha. É
preciso dar garantia de igualdade nos pleitos eleitorais, de fato e de direito,
não apenas na formalidade, do ponto de vista das oportunidades de quem pleiteia
um cargo público na política. É assim que eu sempre me posicionei e mantenho
minha coerência nesse debate”, reiterou ele.
Se for para prorrogar
mandato, na opinião de Jeová, é necessário fazer um plebiscito nacional. “Essa
consulta pública não deve se restringir a questão da prorrogação de eleições,
mas, incluir também a unificação de eleição e mais do que isso, incluir, a
questão do financiamento de campanha. Mas, se tivermos eleições precisamos ter
fundo eleitoral, para evitar que as eleições se tornem um comércio de quem dá
mais. É necessário financiamento público de campanha sim, porque além de barrar
esse ‘comércio’, o financiamento público iguala as oportunidades”, finaliza o
parlamentar que já tornou público que não mais disputará eleições na condição
de candidato.
Assessoria