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PARAÍBA - A paraibana Rossana Dias Costa venceu a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Artigo Opinativo, com o texto “Desenvolvimento?”. Ela recebeu a medalha de ouro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde de ontem, no auditório do Museu Nacional, em Brasília.
A
estudante é de Pedra Lavrada, interior da Paraíba, tem 17 anos, está
grávida de sete meses e cursa o terceiro ano do Ensino Médio na Escola
Graciliano Fontini Lordão, que funciona em um prédio improvisado. Foram
20 alunos premiados e escolhidos entre sete milhões de estudantes de
todo o país. Realizado pelo Ministério a Educação (Mec) e pela Fundação Itaú Social, programa tem como objetivo formar professores para
aprimorar o ensino do idioma.
Rossana
Dias e sua professora Romana Lúcia Meira ganharam computador e
impressora. Já sua escola foi contemplada com um laboratório de
informática com 10 computadores, além de livros para biblioteca. “Foi
uma conquista muito grande porque eu estudo em uma escola que não tem
nem prédio. Ao contrário de muitas meninas que abandonam o estudo quando
engravidam, eu vou continuar e quero fazer faculdade”, declarou.
Confira
na íntegra, o artigo vitorioso da 2ª edição da Olimpíada de Língua
Portuguesa Escrevendo o Futuro - Categoria: Artigo de Opinião.
No
Brasil, a cada dia tornou-se comum a ocorrência de problemas ambientais
de várias ordens. Na Cidade de Pedra Lavrada, no interior da Paraíba,
ultimamente não tem sido diferente. No momento, a maior preocupação dos
habitantes é com relação à empresa mineradora “Elizabeth”, que há quase
uma década, vem explorando as riquezas minerais do município,
principalmente o cianeto, matéria-prima utilizada na fabricação da
cerâmica e da porcelana.
No
período de implantação dessa mineradora aqui na cidade, governantes e
empreendedores afirmavam que a empresa só traria desenvolvimento para o
município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para
muitos jovens, aumentando assim, a renda das famílias e
consequentemente, trazendo lucros para os cofres públicos.
Entretanto,
podemos afirmar que não tivemos apenas benefícios, as conseqüências
desastrosas logo começaram a surgir com mais rapidez e intensidade do
que se esperava. A instalação da fábrica para a extração das pedras
brutas resultou numa série de problemas ao meio ambiente, como
desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e
aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar.
Com
o passar do tempo, essa trágica situação se agravou cada vez mais.
Hoje, as casas do centro da cidade e as que ficam nas proximidades dessa
fábrica encontram-se com a estrutura comprometida, devido aos abalos
provocados pelas enormes explosões para a retirada das pedras. Isso sem
falar na poeira que é lançada sobre a cidade, além dos produtos químicos
provenientes do material explosivo.
Um
outro problema resultante desse empreendimento são as péssimas
condições das estradas que servem de acesso para o transporte do
material. Devido ao peso transportado pelas carretas, as estradas que já
não tinham manutenção, só pioraram. Embora a população se sinta
prejudicada, ela se cala, pois as várias denúncias feitas à justiça não
foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma.
É
certo que outras empresas mineradoras já se instalaram antes no nosso
município, mas nenhuma delas com o porte da Elizabeth. Por isso não
danificavam tanto o meio ambiente como a atual vem fazendo. À medida que
ela vai se expandindo para outros pontos do município, vão também
aumentando os problemas locais.
Para
essa empresa não continuar causando tantos impactos ambientais, os
moradores esperam que ela invista em projetos ambientais, sociais e
culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias
prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e de segurança aos
seus trabalhadores. Não é certo que a população se prejudique tanto para
que uma grande empresa se beneficie, enriquecendo cada vez mais.
Ao
meu ver, não há necessidade de uma empresa destruir tanto nossas
riquezas naturais, além da nossa história. Se não agirmos enquanto é
tempo, a Serra dos Albinos e o Picoto, nossos patrimônios naturais mais
belos, serão destruídos.
Por
outro lado, sei que a nossa população precisa de uma renda fixa e nosso
município de desenvolvimento, mas é necessário, e urgente, a execução
de projetos que visem à valorização de bens culturais, sociais e
ambientais, equilibrando, assim, desenvolvimento e natureza.
Resta-nos,
portanto, esperar que as autoridades ajam, encontrando de fato soluções
que preservem nossa história, e nossos bens naturais, uma vez que, a
população deseja, sim, o desenvolvimento do município, mas também melhor
qualidade de vida.
Rossana Costa, estudante vencedora.