quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Paraibana supera 7 milhões e vence Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa

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PARAÍBA - A paraibana Rossana Dias Costa venceu a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, na categoria Artigo Opinativo, com o texto “Desenvolvimento?”. Ela recebeu a medalha de ouro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde de ontem, no auditório do Museu Nacional, em Brasília.
A estudante é de Pedra Lavrada, interior da Paraíba, tem 17 anos, está grávida de sete meses e cursa o terceiro ano do Ensino Médio na Escola Graciliano Fontini Lordão, que funciona em um prédio improvisado. Foram 20 alunos premiados e escolhidos entre sete milhões de estudantes de todo o país. Realizado pelo Ministério a Educação (Mec) e pela Fundação Itaú Social, programa tem como objetivo formar professores para aprimorar o ensino do idioma.

Rossana Dias e sua professora Romana Lúcia Meira ganharam computador e impressora. Já sua escola foi contemplada com um laboratório de informática com 10 computadores, além de livros para biblioteca. “Foi uma conquista muito grande porque eu estudo em uma escola que não tem nem prédio. Ao contrário de muitas meninas que abandonam o estudo quando engravidam, eu vou continuar e quero fazer faculdade”, declarou.

Confira na íntegra, o artigo vitorioso da 2ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro - Categoria: Artigo de Opinião.

No Brasil, a cada dia tornou-se comum a ocorrência de problemas ambientais de várias ordens. Na Cidade de Pedra Lavrada, no interior da Paraíba, ultimamente não tem sido diferente. No momento, a maior preocupação dos habitantes é com relação à empresa mineradora “Elizabeth”, que há quase uma década, vem explorando as riquezas minerais do município, principalmente o cianeto, matéria-prima utilizada na fabricação da cerâmica e da porcelana.

No período de implantação dessa mineradora aqui na cidade, governantes e empreendedores afirmavam que a empresa só traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumentando assim, a renda das famílias e consequentemente, trazendo lucros para os cofres públicos.

Entretanto, podemos afirmar que não tivemos apenas benefícios, as conseqüências desastrosas logo começaram a surgir com mais rapidez e intensidade do que se esperava. A instalação da fábrica para a extração das pedras brutas resultou numa série de problemas ao meio ambiente, como desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar.

Com o passar do tempo, essa trágica situação se agravou cada vez mais. Hoje, as casas do centro da cidade e as que ficam nas proximidades dessa fábrica encontram-se com a estrutura comprometida, devido aos abalos provocados pelas enormes explosões para a retirada das pedras. Isso sem falar na poeira que é lançada sobre a cidade, além dos produtos químicos provenientes do material explosivo.

Um outro problema resultante desse empreendimento são as péssimas condições das estradas que servem de acesso para o transporte do material. Devido ao peso transportado pelas carretas, as estradas que já não tinham manutenção, só pioraram. Embora a população se sinta prejudicada, ela se cala, pois as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma.

É certo que outras empresas mineradoras já se instalaram antes no nosso município, mas nenhuma delas com o porte da Elizabeth. Por isso não danificavam tanto o meio ambiente como a atual vem fazendo. À medida que ela vai se expandindo para outros pontos do município, vão também aumentando os problemas locais.

Para essa empresa não continuar causando tantos impactos ambientais, os moradores esperam que ela invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e de segurança aos seus trabalhadores. Não é certo que a população se prejudique tanto para que uma grande empresa se beneficie, enriquecendo cada vez mais.

Ao meu ver, não há necessidade de uma empresa destruir tanto nossas riquezas naturais, além da nossa história. Se não agirmos enquanto é tempo, a Serra dos Albinos e o Picoto, nossos patrimônios naturais mais belos, serão destruídos.

Por outro lado, sei que a nossa população precisa de uma renda fixa e nosso município de desenvolvimento, mas é necessário, e urgente, a execução de projetos que visem à valorização de bens culturais, sociais e ambientais, equilibrando, assim, desenvolvimento e natureza.

Resta-nos, portanto, esperar que as autoridades ajam, encontrando de fato soluções que preservem nossa história, e nossos bens naturais, uma vez que, a população deseja, sim, o desenvolvimento do município, mas também melhor qualidade de vida.

Rossana Costa, estudante vencedora.