Divulgação
"Pedro Paulo Dias - na foto ao lado de José Sarney - assumiu o
Estado após a saída de Waldez Góes"
|
POLICIAL: 10/09/2010 - O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e outras 17 pessoas
foram presas na manhã desta sexta-feira, 10, em Macapá, durante Operação Mãos
Limpas, deflagrada pela Polícia Federal, suspeitas de integrar uma quadrilha que
desviava verba pública. O objetivo da operação é prender a organização criminosa
composta por servidores públicos, agentes políticos e empresários, que praticava
desvio de recursos públicos do Estado do Amapá e da União.
Em discurso, Sarney elogiou gestão de ex-governador preso.
Governador do Amapá e mais 17 serão transferidos para Brasília
Lula pediu votos em programa eleitoral para candidato preso.
As investigações, que contaram com o auxílio da Receita Federal,
Controladoria Geral da União e do Banco Central, iniciaram-se em agosto de 2009,
e se encontram sob a presidência do Superior Tribunal de Justiça - STJ. As
apurações revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União que
eram repassados à Secretaria de Educação do Estado do Amapá, provenientes do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação - FUNDEB, e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF.
De acordo com a PF, a maioria dos contratos administrativos firmados pela
Secretaria de Educação não respeitavam as formalidades legais e beneficiavam
empresas previamente selecionadas. Apenas uma empresa de segurança e vigilância
privada manteve contrato emergencial por três anos com a Secretaria de Educação,
com fatura mensal superior a dois milhões e meio de reais, e com evidências de
que parte do valor retornava, sob forma de propina, aos envolvidos.
Durante as investigações, constatou-se que o mesmo esquema era aplicado em
outros órgãos públicos. Foram identificados desvios de recursos no Tribunal de
Contas do Estado do Amapá, na Assembleia Legislativa, na Prefeitura de Macapá,
nas Secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão
e Mobilização Social, de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração
Penitenciária.
Foram mobilizados 600 policiais federais para cumprir 18 mandados de prisão
temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e
apreensão, todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça. Além do Estado do
Amapá, os mandados estão sendo cumpridos no Pará, Paraíba e São Paulo.
Participam da ação 60 servidores da Receita Federal e 30 da Controladoria Geral
da União.
Os envolvidos estão sendo investigados pelas práticas de crimes de corrupção
ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, ocultação de bens e
valores, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência,
formação de quadrilha, entre outros crimes conexos.
Pedro Paulo foi eleito vice-governador na chapa liderada por Waldez Góes
(PDT) em 2002 e, em 2006, reeleito para o mesmo cargo. Em abril, assumiu o
governo estadual após a saída de Góes, que se candidatou a uma vaga no Senado. O
governador preso estava disputando a reeleição pela chapa 'O trabalho precisa
continuar', composta por PP, PRB, PDT, PSR, PL, DEM PHS, PCdoB e PTdoB.