A população de São José de Piranhas já está sendo afetada pelo problema da escassez de água de qualidade na cidade. Com apenas 6,5 % do volume hídrico, o líquido precioso que ainda resta no açude da Cagepa não chega mais às torneiras com a mesma preciosidade de antes. É muito suja e grande parte dos moradores estão recorrendo a poços na zona rural para pegar água para o consumo (beber e cozinhar).
Com a situação cada vez mais agravante, muitas famílias estão se unindo para cavar poços artesianos com medo do colapso. A reportagem do Radar Sertanejo conversou com moradores e trabalhadores de máquinas perfuratrizes e chegou à conclusão que nos últimos dois meses já foram cavados cerca de 120 poços artesianos pela iniciativa privada na cidade.
Em média três poços estão sendo perfurados por dia, por três empresas diferentes. Uma delas, Água Vida, com sede em Patos, enviou mais uma máquina perfuratriz nesse fim de semana, totalizando duas, para atender a demanda em São José de Piranhas. A cada dia a tendência é aumentar a procura pelo serviço.
Segundo observadores, até o fim de agosto o número de poços cavados pelas famílias, com recursos próprios, pode chegar a 200. Algumas pessoas até empréstimos consignados estão fazendo para adquirir o empreendimento.
Na cidade a população está apreensiva, principalmente as classes mais pobres. Muitos não possuem dinheiro suficiente para comprar água e nem transporte para buscar o líquido precioso em um local mais próximo.
Iniciativa – O Governo do Estado, através da CDRM, está perfurando 24 poços distribuídos na cidade. Mas, como o solo não é favorável, a vazão é pouca e não serão suficientes para socorrer a “sede da população”. O problema definitivo seria a adutora de engate rápido, mas depende da aprovação de um crédito suplementar para o Governo estadual realizar a obra e transportar água da barragem de Boa Vista.
Radar Sertanejo