Semana do Meio Ambiente
Nota
Neste momento em que se discute a retomada
econômica, esclarecemos que a agroindústria sucroenergética, mantém o abastecimento
de etanol combustível, e álcool 70 % para uso hospitalar, além da produção de
açúcar e cogeração de eletricidade.
Este setor econômico, impulsiona a economia
da Paraíba e do país, porque melhoramos a qualidade de vida dos nossos trabalhadores
e suas famílias. Apoiamos o futuro do país por meio da produção do etanol
combustível para substituir a gasolina fóssil. E fazemos do combate à poluição,
a nossa prática. A nossa posição é espelhada no artigo que segue abaixo, e para
ratificar o nosso compromisso com a qualidade de vida das pessoas. O Sindalcool
se solidariza com o Governador João Azevedo na recuperação do equilíbrio
financeiro do estado.
A principal proposta para a sustentabilidade
econômica e ambiental das indústrias produtoras de etanol combustível do Estado
da Paraíba é pela elevação imediata da alíquota da gasolina para pelo menos 35%
estabelecendo uma diferença de ICMS de 10% com o etanol. O combustível poluente
deve ser onerado em razão dos custos sociais que acarreta. Ou se faz um reconhecimento
das advertências da Organização Mundial da Saúde em relação a qualidade do ar,
ou teremos pandemias ainda piores como alertam os profissionais médicos
infectologistas.
João Pessoa, 03 de Junho de 2020
Edmundo Barbosa
Presidente Executivo
Cerca de 90% da população do planeta vive em
locais com a qualidade do ar abaixo do recomendado
Jacyr Costa Filho
01/06/2020 – 01:00
A Covid-19 nos trouxe diversos percalços, mas
também muitos aprendizados. O primeiro é que a sociedade já deveria ter elevado
a preocupação com a saúde pública. E não me refiro a estarmos preparados com
leitos de hospitais, mas, sim, para evitarmos doenças. A poluição,
principalmente a do ar, é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), cerca de 90% da população do planeta vivem em locais com a qualidade do
ar abaixo do recomendado. A instituição também estimou que a poluição é responsável
por 7 milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo. No Brasil,
especificamente na capital paulista, a poluição é responsável
Por 12% das internações hospitalares, segundo
o Instituto de Estudos
Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo
(USP).
Alguns cientistas apontam que a queda da
poluição que acontece durante a quarentena é tão acentuada que, se estivéssemos
com os índices atuais antes da pandemia, milhares de vidas seriam salvas, pois
o mal é responsável por provocar e agravar quadros de doenças respiratórias em
todo o planeta.
Para a Escola de Saúde Pública de Harvard TH
Chan, em Boston, existe ligação direta entre taxas mais altas de mortalidade
pela Covid-19 com a poluição. As cidades com a pior qualidade do ar, por
exemplo, possuem até 15% mais chances de morte pela doença que lugares mais
limpos.
Em Nova York, as emissões de monóxido de
carbono de automóveis diminuíram 50% em comparação ao ano passado, segundo a Universidade
Columbia, no período de isolamento social. Na capital mais poluída do mundo,
Nova Délhi, na Índia, foi registrada queda de 71% nos níveis de particulados –
de 91 microgramas de partículas por metro cúbico (μg/m3) para apenas 26. Em
novembro do ano passado, a cidade atingiu Cerca de 700 μg/m3, quando foi
declarada emergência de saúde pública devido aos perigosos níveis de poluição,
de acordo com o serviço meteorológico do país.
Segundo pesquisa publicada pelo físico Paulo
Artaxo, da Universidade de São Paulo (USP), em 2017, a gasolina aumenta em 30%
a emissão de nanopartículas que entram nos pulmões, o que compromete o sistema respiratório.
Ainda, segundo a pesquisa, se São Paulo trocasse os Endereço: R. Antônio Rabelo
Júnior 170 - Piso P1 Sala 007, Miramar, João Pessoa - PB, 58032-090 - Telefone:
+55(83) 3513-1800 combustíveis fósseis da frota veicular por etanol, haveria
uma redução de 50% nos índices de poluição. Em seu ciclo completo, o etanol
produzido a partir da cana-de-açúcar, no Brasil, proporciona uma redução de até
90% de emissões de CO em relação à gasolina. Pela sua origem vegetal, a
fotossíntese absorve o gás carbônico da queima do produto. Desde 2003, já foram
evitadas emissões de 603 milhões de toneladas de CO na atmosfera brasileira – o
equivalente ao plantio de 4 bilhões de árvores.
Graças ao etanol, a maior metrópole da
América do Sul, São Paulo, tem registrado ar mais limpo, com o advento dos
carros flex fuel. Em 2001, a cidade chegou a emitir 59 μg/m3 de material
particulado. Hoje, são 29 μg/m3, na média anual, bem mais próximo ao indicado
pela OMS, que é de 20 μg/m3. Já tivemos uma grande evolução, mas ainda temos
muita oportunidade para melhorar. O Brasil é o segundo maior produtor de
biocombustíveis, atrás dos Estados Unidos. E dispõe de infraestrutura para
distribuição dos combustíveis renováveis por meio dos mais de 42 mil postos de combustíveis
no país. Só na safra 2019/20, foram produzidos 34,2 bilhões de litros de etanol
e quase 6 bilhões de litros de biodiesel.
A solução para prevenir doenças respiratórias
existe e está disponível no Brasil há 40 anos. Utilizar mais biocombustíveis é
uma das maneiras mais eficazes de se combater a poluição atmosférica. O exemplo
brasileiro poderá ser copiado em países em que a poluição do ar é um grave
problema, como a já citada Índia e a China. Portanto, quando “tudo isso acabar”
– uma das expressões mais lidas e ouvidas em matérias e lives, imbuída da
esperança de retorno às atividades cotidianas –, é importante que não nos
esqueçamos de que o álcool salva vidas, não apenas na hora de higienizarmos as
mãos, mas também quando abastecemos os nossos automóveis.
Jacyr Costa Filho é membro do Comitê
Executivo do Grupo Tereos e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da
Fiesp
Assessoria de Comunicação