A broca comum (Diatraea saccharalis) causa
grandes perdas tanto no campo, quanto na indústria. Segundo a literatura
técnica, para cada 1% de Intensidade de Infestação, ocorre uma redução de 1,14%
na produção de colmos, 0,42 % de açúcar e 0,21% na produção de etanol. Ciente
da importância de controlar a infestação de sua plantação, o Engenheiro
Agrônomo Geraldo Barros, responsável pela equipe técnica do Condomínio dos
Produtores de Cana da Mata Norte COAF/CRUANGI, solicitou apoio da equipe da Associação
dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) para iniciar o Programa de Controle
Biológico da Broca Comum. O engenheiro agrônomo Luis Augusto e o Biólogo
Roberto Balbino da Asplan visitaram, no último dia 25, os canaviais do
Condomínio localizados em Pernambuco.
Na ocasião, acompanhados pelo técnico
agrícola Josafá Régis, os profissionais estiveram no campo, escolheram alguns
talhões, fizeram e mostraram como fazer o levantamento do índice de infestação,
abordaram assuntos relacionados a biologia da praga e do seu controlador,
tiraram dúvidas relacionadas e fizeram recomendações. “Para ter sucesso no
programa de controle biológico é necessário conhecer bem a biologia da
praga/alvo, no caso a Diatraea, bem como a biologia do seu controlador
biológico a vespinha. La, no Condomínio fizemos primeiro o levantamento
populacional da praga, verificando o estágio que ela se encontra, e agora vamos
programar a liberação da Cotesia”, explica Luis.
A Asplan, através da Estação Experimental do
Camaratuba, produz há quase 30 anos, dois controladores biológicos para as duas
principais pragas da cana-de-açúcar. Trata-se da vespa (Cotesia flavipes) para
a broca e do fungo (Metarhizium anisopliae) para a cigarrinha da folha.
Luís
Augusto lembra que a Asplan não comercializa vespa nem fungo, o que a
Associação faz é manter parcerias para o fornecimento das vespas, de modo que
os parceiros ajudam a manter os laboratórios funcionando e produzindo
controladores. “Assim contribuímos com o controle biológico da broca no
Nordeste, com baixos índices de infestação, reduzindo perdas e também o uso de
agroquímicos, contribuindo para assegurar a sustentabilidade da atividade
canavieira no Nordeste”, finaliza Luis.
O diretor do Departamento Técnico da Asplan
(Detec), Neto Siqueira, reforça que a Associação está disponível para
realização de visitas técnicas como essa feita na COAF/CRUANGI e lembra que os
produtores canavieiros associados a Asplan recebem os insumos biológicos produzidos
na estação de Camaratuba sem nem custo. Maiores informações podem ser obtidas
através do telefone 3241-6424.