“Justamente quando o povo mais precisa, no
momento em que a pandemia se alastra pelo país, que contabilizamos mais de 50
mil mortos e mais de 1 milhão de infectados, no momento em que sair às ruas
atrás de renda pode significar ficar doente, Bolsonaro diz que não vai manter o
pagamento do auxílio emergencial e nem vai assegurar os R$ 600, isso é
desumano. Há recursos e o Governo Federal não vai quebrar por isso”, disse hoje
(23), o deputado estadual Jeová Campos. Para o parlamentar, muito mais
importante que destinar R$ 1,3 trilhão aos bancos, seria ajudar os brasileiros
que se encontram em situação difícil nessa pandemia.
Defensor da manutenção do pagamento do
auxílio emergencial até dezembro, nos mesmo valores das três primeiras
parcelas, Jeová apela para que os Congressistas não cedam a pressão do
presidente que já anunciou que não manterá o pagamento no mesmo valor.
“Bolsonaro já disse que quer negociar com o Congresso um novo valor para a
quarta e a quinta parcelas do auxílio emergencial. Ele diz que a manutenção da
ajuda no valor atual de R$ 600 não será possível, mas, há condições do governo
manter esse valor e ampliar o prazo de pagamento. O que falta é prioridade e eu
espero que os congressistas não cedam às pressões do presidente”, reitera o
parlamentar paraibano.
Jeová lembra que há necessidade de ampliar o
prazo de pagamento do auxílio por que haverá um período de transição entre o
choque do isolamento e a efetiva retomada da atividade. “As coisas não voltarão
ao normal de uma hora para outra. O mercado de trabalho costuma ser o último a
reagir em momentos de crise e desta vez não será diferente”, argumenta Jeová.
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT)
apresentou o Projeto de Lei 2283/20 que aumenta para um ano o período de
concessão do auxílio e prevê que, após esse prazo, a concessão do benefício
poderá ser prorrogada novamente por ato do Poder Executivo. Os deputados do PT
alegam que o período de três meses previsto para o pagamento do auxílio não é
suficiente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
reagiu com ironia à declaração de Bolsonaro sobre o Governo Federal não ter
condições de pagar o auxílio no mesmo valor, lembrando que o governo não viu
problema em abrir os cofres públicos para agradar o sistema financeiro e dar
dinheiro aos bancos. “O mesmo governo que não viu nenhum problema no Banco
Central distribuir R$ 1,2 trilhão para resolver o problema da liquidez do
sistema financeiro, agora diz que não tem como pagar duas parcelas de R$ 600 do
auxílio emergencial, que custa apenas R$ 50 bilhões por mês”, disse Lula.
Assessoria