Descontente, a médica do HUJB, Raysa disparou: “Vão ler no dicionário o que é calúnia. É grave. Calúnia estraga vidas”.
A médica recém-contratada do Hospital Universitário Júlio Bandeira, em Cajazeiras, Raysa Lima, responsável pelo atendimento do menino Jaddson Carlos Silva Lira, 4 anos de idade, que morreu na cidade de Patos, participou na última terça-feira (17) da sessão especial promovida pela Câmara Municipal. Ela contou que se empenhou bastante ao plantão naquele dia e transferiu rapidamente a criança. A médica relembrou também o caso da menina Maria Gabrielle, de 8 anos, que morreu de apendicite no mês de março deste ano e a mãe da menina, a funcionária pública Maria Jusinere (Nerinha), acusou o atendimento do HUJB de desumano, mas ela disse não se enquadrar nesse perfil.
Vinda da cidade de Cabrobró, no estado de Pernambuco, Raysa relatou que recebeu conselhos de colegas para não vir trabalhar em Cajazeiras, pois a população estava “enfurecida” com o HUJB. Segundo ela, médicos são agredidos dentro do hospital por mães, sob acusação que “matam crianças”, além de reclamar da imprensa, que segundo Raysa não recebeu tratamento humano por parte dos meios de comunicação.
“Jamais assumiria um plantão se não tivesse capacidade”, declarou alegando que a mãe teria afirmado que o menino não era alérgico. Ironizando, a pernambucana voltou a alfinetar a imprensa: “Médico que é médico em Cajazeiras escuta rádio. O radialista falou de mais uma morte no HUJB quando a criança já estava em Patos há três dias e foi atendido por uma médica muito bem capacitada, obrigada”. Descontente, Raysa disparou: “Vão ler no dicionário o que é calúnia. É grave. Calúnia estraga vidas”.
O diretor da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Cajazeiras, Antônio Fernandes também responsabilizou a imprensa pela dificuldade do que chamou “captar profissionais para o hospital”. Ele relatou que sentiu essa dificuldade quando assumiu a direção do Hospital Regional de Cajazeiras. “A população era constantemente instigada pela imprensa a cobrar algo desses profissionais que eles não poderiam dar”. Antônio Fernandes informou
que todas as denúncias contra o HUJB estão sendo investigadas pela universidade
e declarou: “Mas vamos cobrar também todas as inverdades que estão sendo ditas
na imprensa”.
Diário do Sertão