A
Secretaria de Estado da Educação iniciou na última segunda-feira (23) o período de
formação de educadores na metodologia Liga pela Paz. A capacitação está sendo
realizada na Escola Padre Hildon Bandeira, no bairro da Torre, em João Pessoa,
para 529 profissionais, até esta terça-feira (24). Em seguida continua com um
calendário de formação até o dia 09 de junho, nas 14 Regionais de Educação do
Estado, para 1.732 educadores, beneficiando, posteriormente, cerca de 100 mil
alunos da rede estadual de ensino.
Para
a secretária executiva de Estado de Gestão Pedagógica da Educação, Roziane
Marinho, esta nova etapa de formação é essencial. “Nossas expectativas são as
melhores. É um momento que fortalece uma ação da Secretaria da Educação que já
vinha acontecendo, de construção da Cultura de Paz no Estado. Significa uma
consolidação desse projeto, que se expande para os anos finais exatamente pelos
resultados que já conseguimos com os anos iniciais do Ensino Fundamental. Além
disso, essa proposta de formação possibilita a qualificação das práticas
pedagógicas do professor, de forma que este possa contribuir com o
desenvolvimento das competências socioemocionais dos alunos e também das
famílias”, reforça a Secretária.
Marta
Medeiros, gerente executiva de Educação Infantil e Ensino Fundamental da
Secretaria de Estado da Educação, diz que essa experiência inovadora contribui
para a disseminação para a construção de uma verdadeira Cultura de Paz e Não
Violência. “Sabemos que os alunos estão em desenvolvimento, em interação social
cotidiana, que precisam se respeitar, perceber a individualidade sua e do outro
para poder interagir de forma coletiva, fraternal, cordial, escutando e sendo
escutado, tendo limites e concentrando-se para permitir que haja de forma
democrática a troca de saberes”, explicou a gerente.
Segundo
ela, a Liga Pela Paz permite ao aluno uma postura cidadã, descobrindo seus
direitos e deveres, tendo opinião, chance de criar, participar, perceber as
desigualdades sociais, e a possibilidade de crescimento, tanto intelectual
quanto emocional. “Que essa Cultura de Paz se faça chegar à comunidade
educativa, que ela reconheça a escola como um espaço social e que estamos
focados no respeito, na compreensão da diversidade e na pluralidade cultural,
valorizando o SER. Respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua
dignidade intrínseca, sem qualquer discriminação”, complementou.
Uma
das professoras que participaram do encontro de formação, nesta segunda-feira,
foi Silvana Marne, da Escola Frei Martinho, em Cruz das Armas. “Eu participei
da formação anterior e vi como os alunos mudaram em sala de aula depois que
passei a praticar os conhecimentos adquiridos com a Liga pela Paz”, falou. “É
muito importante falar sobre as emoções. A inteligência emocional, hoje, é
fundamental para melhorar a aprendizagem dos estudantes. Muitas vezes, eles
chegam de uma rotina de violência, de falta de afetividade, e nós estamos ali
na escola para complementar essa educação, construir outra realidade”,
ressaltou a professora.
A
coordenadora do pólo Nordeste da metodologia Liga pela Paz, Maíse Cordeiro,
explicou que a formação inicial dos educadores inclui: a estrutura do conteúdo
que deve ser trabalho em sala de aula, estratégias de melhoria de convivência
com os alunos, melhoria de aprendizagem, explicações sobre como avaliar os
resultados etc. “Temos a parte teórica da formação, mas também existe a parte
prática, com dinâmicas e técnicas de desenvolvimento da quietude e atenção,
grupos de diálogo, acompanhamento pedagógico, entre outros assuntos
relacionados ao bom convívio na escola”.
Calendário
– No próximo dia 25, a formação de educadores vai ser realizada na 3ª GRE, em
Campina Grande. O evento está marcado para acontecer no Centro de Formação de
Educadores da cidade e deve atender a 255 profissionais. Depois, o calendário
segue uma programação, como já divulgada pela SEE, até o dia 9 de junho, em
todo o Estado.
Liga
pela Paz – A metodologia começou a ser aplicada em 2014, na Paraíba, com a
proposta de implantar uma cultura de paz e não violência nas escolas, bem como
contribuir para melhoria da aprendizagem e da convivência dos alunos. A
iniciativa já conseguiu reduzir em 34% os comportamentos problemáticos na sala
de aula, como: agressividade destrutiva, hiperatividade e tristeza/depressão.
Este ano, além dos alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, a
metodologia se estende aos estudantes de 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II,
com conteúdo teórico e atividades psicopedagógicas, que serão ministradas por
professores de Artes.
Secom
Fotos:
Max Brito