Faleceu na Capital, João
Pessoa, na manha desta sexta-feira (27), o conhecidíssimo seresteiro Francisco
Anchieta Martins, 72 (Timbú) deixando a classe artística de luto.
O seresteiro Timbu estava
residindo atualmente na capital João Pessoa. Acometido de problemas de saúde, o
seresteiro teve as suas pernas amputadas. No último carnaval Timbu foi o
homenageado na Praça do Frevo e veio participar onde cantou juntamente com a Orquestra
Santa Cecília.
O seu corpo será
transladado para Cajazeiras sendo realizado seu desejo de ser sepultado em sua
terra natal. O velório será realizado na Central Memorial Esperança e o
sepultamento deverá ocorrer nesse sábado (28).
Francisco Anchieta
Martins, 72 anos, conhecido Timbú seresteiro considerado um autêntico e valioso
símbolo da nossa cultura. Natual de Cajazeiras, Timbu nasceu no dia 28 de
Janeiro de 1944. Estudou no Ginásio Salesiano e também foi aluno do Seminário
Nossa Senhora Assunção na turma de 1955. Ainda estudou no Colégio Agrícola de
Lavras da Mangabeira no estado do Ceará, mas, o seu destino era mesmo a música.
O início de sua carreira
artística ocorreu na década de 60, quando tinha 23 anos de idade. Subiu no palco
pela primeira vez numa boate que tinha o estranho nome de “Chiranha”. Logo em
seguida, no ano de 1968, integrou-se ao grupo Tabajara, no qual fazia parceria
com Daniel Rodrigues (violonista).
Em 1969, partiu para o
estado do Piauí, onde trabalhou com o grupo musical “Os Bembens”, que era da
Paraíba. Ainda atuou nos estados do Maranhão e Pará.
Após uma grande temporada
fora de Cajazeiras, retornou em 1977 formando o “Trio Tabajara de Seresta”,
juntamente com Daniel (vocal e violão) e Bideca (vocal e bandolim). E nesse
mesmo ano, começou a fazer parte da saudosa “Orquestra Chaveron” de Zeilton
Trajano permanecendo até sua extinção. Logo após, ingressou na “Orquestra Salão
Grenat” do grande amigo Deoberto, e também foi componente da “Orquestra Manaíra
de Frevo”, de Mozart de Souza Assis.
Além do frevo, Timbu era
uma grande intérprete da música romântica. Sem dúvida, deve ter torturado
muitos corações apaixonados com seu repertório aprazível, nas noites de
serestas. Sempre requisitados para animar festas em bares, churrascarias e casa
de shows na região, o seu trabalho também era muito conhecido na cidade de
Patos, já que de 1984 á 2002 trabalhou muito realizando apresentações naquela
região.
Quando falamos de carnaval
de clube, lembramos logo de Timbu. Recordando os tradicionais bailes noturnos e
matinês, no Cajazeiras Tênis Clube e 1º de Maio que sempre tinha a animação das
Orquestras que Timbu era vocalista.
Na sua trajetória pelo
mundo da música, participou de diversos festivais, nas cidades de Crato/CE,
Caruaru – PE e na sua terra natal, chegando a ganhar o primeiro lugar em
interpretação. Ainda foi premiado no ano de 2003, com o Certificado de Melhor
Intérprete outorgado pela Fundação Ivan Bichara.
Ao todo, foram 48 anos de
carreira. Durante esse tempo, firmou-se como um dos seresteiros, mais conhecido
e solicitado da região.
Portal CZN