01 (um) é demais, 30
(trinta) é barbárie.
Tempos difíceis? NÃO – na
questão do estupro ainda estamos na Idade Média com direito assegurado aos
soldados de violentarem as mulheres por onde passassem e a complacência dos
outros homens e mesmo de algumas mulheres. O estupro é inaceitável –
independente da idade, da condição social, econômica, vestuário, modo de vida,
orientação sexual. É um crime hediondo, uma invasão – literal e figurada – do
direito de ser Humano, um cerceamento à livre escolha – onde e quando ir, o que
pensar e como agir. É inaceitável que seja considerado motivo de orgulho ou
mesmo “normal” ou “justificável”, por um único homem ou mulher: é um atentado à
dignidade e ao respeito. É motivo de luto nacional.
O Elo Mulher e o Elo
Diversidade da Rede Sustentabilidade expressam seu mais profundo repúdio ao
crime de estupro coletivo e humilhação pública contra a adolescente de 16 anos
acontecido no Rio de Janeiro e àquele acontecido no Piauí, ambos nos últimos
dois dias. São crimes de dimensão imensurável – violência física, moral, contra
o corpo, o sentimento, o amor próprio, a auto imagem, o futuro – não tem
justificativa, nunca, em nenhum caso. Se 01 é demais, imaginem mais de 30 –
pura barbárie. Divulgar como um troféu esta ação deveria envergonhar não só os
autores do crime mas aqueles que ao fazê-lo se tornam cúmplices da barbárie. É
um retrocesso civilizatório apoiado pelo que deveria ser um avanço no acesso
democrático à informação. As instituições não devem permitir que essa violência
fique impune, nem que existam condições para que se repita – nem 30, nem um
único estupro é aceitável! Nossa sociedade ainda vê o machismo como “normal” e
busca justificá-lo, culpando a vítima e não os agressores.
Quando uma de nós é
violentada, todas nós estamos em risco. O agressor pode morar ao lado ou pior,
dentro de casa, em nossos círculos mais íntimos de confiança. Para que essa
realidade mude, precisamos avançar nas políticas públicas de igualdade de
gênero, nas melhorias no Plano Nacional de Educação, para que se discuta desde
cedo o respeito à integridade física, moral e psicológica das mulheres e das
pessoas LGBT. Só conseguiremos isso através da inclusão de mulheres e da
diversidade nos espaços políticos. A mudança virá através da nossa
representação nos espaços de decisão. Repudiamos qualquer forma de violência
contra as mulheres, contra as pessoas LGBT e contra os seres vivos. Repudiamos
a difusão e compartilhamento do vídeo e de fotos da(s) vítima(s).
Exigimos das autoridades
policiais que cumpram seu papel com rigor, continuando as investigações até
todos os culpados serem encontrados e punidos exemplarmente pela Justiça. As
instituições públicas e a sociedade devem dar o apoio necessário para que essa
adolescente recupere sua integridade física e emocional – para que todas as
vítimas de estupro consigam fazê-lo e para que todos os estupradores sejam
punidos, sempre. Chamamos toda a sociedade para a luta contra a cultura
machista que ainda permeia nossas entranhas. Por políticas públicas de
empoderamento das mulheres e das minorias, por instituições que as defendam e
representem. Por Justiça e por
respeito.
ELO MULHERES
ELO
DIVERSIDADE
REDE SUSTENTABILIDADE