segunda-feira, 6 de julho de 2009

Indústria da miséria: adultos e crianças sobrevivem de restos catando lixo em aterro sanitário de Cajazeiras

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CIDADES: 06/07/2009 – Na companhia de moscas, gatos, cachorros, cavalos e outros animais, seres humanos são testados á própria sorte. 

Trabalhando debaixo de um tremendo mau cheiro e outras adversidades que a miséria os rodeia, a existência dos lixões, associada à pobreza da população, faz com que muita gente sobreviva de restos, pessoas atingidas pelo desemprego transformam-se em catadores de rua e dos lixões, dos quais retiram diariamente seus sustentos. 

São cerca de cinqüenta pessoas garimpando no lixão de Cajazeiras, entre adultos, velhos e crianças. Não é diferente, são inúmeros os sobreviventes no aterro sanitário da cidade, localizado no Sítio Marias Pretas na zona rural. Famílias inteiras se deslocam dos seus humildes casebres nas adjacências daquela indústria de miséria levando crianças junto, para ganhar o sustento da casa através da venda do que conseguem no lixão, inclusive, os mesmos usam do cozimento precário de seus alimentos naquele local. 

Impúberes que são privados até mesmo do direito de freqüentar a escola, são obrigados a ajudar na manutenção da casa. A nossa reportagem fez uma visita ao aterro sanitário da cidade de Cajazeiras, verificamos a atual situação degradante em que vivem os nossos irmãos cajazeirenses, como também outros vindos de municípios vizinhos. Eles trabalham no lixão recolhendo as sobras que a sociedade local joga fora, alguns chegam até a comer alimentos estragados, simplesmente, por estar fechado na embalagem, o catador Jorge Cristiano da Silva, 18 anos, residente na Rua Vitória Bezerra – Asa Sul, nos revelou que trabalha todo o dia para conseguir cerca de 10 ou 20 quilos de material, que vende por R$ 0,40, o quilo. 

O mesmo informou ainda, que pessoas ligadas ao prefeito Léo Abreu, prometeram para os catadores o fornecimento de equipamento básico de segurança, a construção de um galpão para abrigá-los junto ao condicionamento e, uma prensa de maneira a facilitar o serviço, mas até o momento o tão sonhado equipamento não veio, Jorge ressaltou que recebeu apenas uma máscara, as botas, as luvas nunca apareceram. Informou o jovem. "Todos os dias eu venho para o lixão. É daqui que eu tiro o sustento da minha família. Não tenho vergonha de falar, porque é um trabalho como outro qualquer, apesar de pesado é honesto. 

Mas a sujeira é muito grande e o mau cheiro também. Às vezes a gente fica doente, eu não consigo usar máscara porque me falta o fôlego. Mas não é um trabalho sadio", desabafou um catador de lixo. Do lixo deixado no local eles aproveitam: papelão, plástico, madeira e latinhas de ferro, já as de alumínio e cobre, são as mais rentáveis raramente são encontradas, porque são recolhidas no local onde são consumidos seus produtos. O produto catado é vendido para depósitos, padarias e firmas de sucata que pagam de dez a quarenta centavos pelo quilo do material, dependendo do material e da condição dele. 

Um catador que não quis divulgar seu nome afirmou que consegue cerca de R$ 200,00 reais por semana, com muito esforço e ajuda de toda família. Os catadores reclamaram a falta de um programa de assistência que possa auxiliá-los na reciclagem de maneira que possa valorizar o trabalho. "Não temos apoio de ninguém. 

Vivemos praticamente escondidos do mundo, quando a gente estar recolhendo o nosso sustento pelas ruas, as pessoas nos olham com má impressão", desabafou um senhor que sobrevive do lixo ha trinta anos em Cajazeiras. 


Da Redação