quarta-feira, 22 de setembro de 2010

STF: Procurador da República veta Roriz e pede aplicação do Ficha Limpa para eleições de 2010

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acaba de oferecer parecer no Supremo Tribunal Federal vetando a candidatura do ex-senador Joaquim Roriz e pedindo a imediata aplicação do Lei do Ficha Limpa. Entendimento prejudica candidatura de Cássio Cunha Lima.

Sede do Supremo Tribunal Federal e imagem de hoje à tarde
Sede do Supremo Tribunal Federal e imagem de hoje à tarde
NOTÍCIAS: 22/09/2010 - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do recurso do candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), que teve o registro negado pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. É o primeiro julgamento sobre a validade da norma no STF.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ofereceu parecer contrário a candidatura de Roriz. Segundo ele, Roriz infringiu normas, tentou driblar a Justiça, e não tem o direito de ser candidato.

Diante de um plenário lotado, o julgamento começou com a leitura do relatório do ministro Carlos  Ayres Britto. Em seguida, haverá a manifestação da defesa do candidato. Depois, falará o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que apresentará o parecer do Ministério Público Federal sobre o caso.

Em 2007, o ex-governador do DF renunciou mandato de senador para escapar de processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Apresentada por iniciativa popular, com cerca de 2 milhões de assinaturas, a norma proíbe a candidatura de políticos condenados em decisões colegiadas e que renunciaram a mandato eletivo para escapar de cassação.
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Ficha Limpa é o quarto projeto de iniciativa popular a se tornar lei

No parecer encaminhado ao Supremo na última segunda (20), Gurgel se posicionou contra a liberação do registro de candidatura de Roriz e reafirmou a validade da ficha limpa para as eleições deste ano e a aplicação das normas a casos anteriores a sua vigência.

Os advogados de Roriz contestam dispositivos polêmicos da Lei da Ficha Limpa, que geraram interpretações diversas no TSE e nos tribunais regionais. O primeiro deles é a validade da ficha limpa para as eleições deste ano.

Segundo a defesa do ex-governador, a norma determina a inclusão ou exclusão de candidatos e interfere no processo eleitoral, por isso, não poderia ser aplicada neste pleito.

Ainda de acordo com os advogados, a lei não poderia retroagir para modificar os efeitos da renúncia do ex-senador, que na época não era considerada motivo para torná-lo inelegível por oito anos.

Público faz fila para acompanhar julgamento no STFPúblico faz fila para acompanhar julgamento no STF (Foto: Fabio Tito / G1)

Cerca de 200 manifestantes pró-Roriz se aglomeram em frente ao STF na praça dos Três Poderes. Um forte esquema de segurança foi armado no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (22) para o julgamento.

Grades de isolamento foram posicionadas a pelo menos 50 metros de distância da sede da Suprema Corte, e a entrada de veículos será monitorada por seguranças.

A área destinada ao público na Praça dos Três Poderes também foi dividida em duas partes para evitar o contato entre manifestantes favoráveis a Roriz e defensores da Lei da Ficha Limpa. STF