CIDADES: 11/04/2010 - Não muito diferente de Campina Grande, onde conforme órgãos de
fiscalização como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ibama, a
situação é mais grave, cidades localizadas nas regiões do Sertão, Cariri
e Brejo do Estado convivem com crianças trabalhando nos lixões. Em
Guarabira, por exemplo, no final do ano passado foi instaurado um
inquérito pelo MPT para apurar o problema, após uma denúncia feita de
que no local estaria ocorrendo exploração do trabalho infantil. Pelo
menos 217 municípios paraibanos têm lixões a céu aberto.
No Sertão, a realidade dos lixões também é desoladora. A falta de empregos acaba fazendo com que centenas de catadores arrisquem a integridade física e de seus filhos em busca de materiais que possam ser comercializados. Municípios como Catingueira, Olho D’água, Emas, Itaporanga, Conceição, Santana de Mangueira, Santana dos Garrotes, Piancó, Cachoeira dos Índios, Santa Luzia, Várzea, Emas, Coremas, Sousa, Igaracy, Cajazeiras, São José do Sabugi, São Mamede, Junco, Nova Olinda e Aguiar enfrentam o problema e depositam os seus resíduos sólidos em áreas impróprias.
Sem trabalho formal, Maria de Nildo e Silva, 36 anos, dedicou mais de dez anos de sua vida ao trabalho de coleta de plásticos, vidros e objetos jogados no lixão da cidade de Sousa. Ela contou que sai de casa juntamente com o marido e o filho às 5h e passa o dia inteiro trabalhando no lixão.
“A vida de nós aqui não é muito boa, não. A gente sai de casa de cinco da manhã e chega de seis da noite. Quando dá para trazer uma comida, nós traz, quando não traz, passa o dia de fome. Tem muita criança que trabalha aqui. Às vezes a gente acha ruim e às vezes não acha, porque estão trabalhando e não se envolvem com drogas”, disse.
Em alguns casos, as prefeituras de cidades do interior têm se unido na tentativa de solucionar o problema. Os municípios de Catingueira, Olho D’água e Emas estão elaborando uma parceria para acabar com os lixões. Em Itaporanga, Conceição e Coremas também há projetos para serem executados que preveem o fim dos locais, mas as ações ainda não foram efetivadas.
No Cariri, o lixão no município de Monteiro também desperta preocupações. Com mais de 31 mil habitantes, a área destinada para armazenar o lixo recolhido pela Secretaria de Infraestrutura fica localizada a sete quilômetros do Centro da cidade.
Mas um cadastro realizado pela prefeitura tem combatido a presença de crianças no local. De acordo com Ricardo Jorge Menezes, uma equipe monitora o lixão municipal para evitar que crianças e pessoas não cadastradas ‘invadam’ a coleta. “Os catadores cadastrados do lixão, em torno de 20 pessoas, recebem uma bolsa mensal de R$ 100. Além disso, eles estão assegurados no programa do PAC, que será executado com recursos na ordem de R$ 1 milhão para implantação de um aterro sanitário, uma vez que o município é a porta de entrada das águas do Rio São Francisco, pelo Eixo Leste, das obras da Transposição”, informou.
Em Patos, o lixo produzido pela população é despejado a seis quilômetros da zona urbana, em uma comunidade rural denominada Pilões, e 53 catadores sobrevivem da coleta dos materiais. Mas uma determinação da prefeitura e dos conselhos tutelares, em parceria com a Associação Patoense dos Catadores declarou ‘guerra’ ao trabalho infantil.
“O material reciclável é vendido no próprio local aos donos de sucatas. Em uma época atrás, achei um revólver com três balas e sempre encontramos de tudo. Por isso mesmo que decidimos colaborar com a proibição da entrada de menores aqui, porque é até perigoso”, considerou a presidente da associação, Maria Nilma Oliveira, 46 anos, que ‘ganhou’ a inimizade de alguns companheiros que levavam as crianças para trabalhar no local.
A Paraíba é considerada o segundo Estado do país que mais produz lixo por habitante. Um estudo desenvolvido pelo Ministério das Cidades, através do Diagnóstico de Manejo e Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), mostra que o paraibano produz 1,56 kg de lixo por dia. O recorde da Paraíba só é superado pelo Distrito Federal cujos habitantes conseguem produzir uma média de 2,4 kg de lixo diário.
No Sertão, a realidade dos lixões também é desoladora. A falta de empregos acaba fazendo com que centenas de catadores arrisquem a integridade física e de seus filhos em busca de materiais que possam ser comercializados. Municípios como Catingueira, Olho D’água, Emas, Itaporanga, Conceição, Santana de Mangueira, Santana dos Garrotes, Piancó, Cachoeira dos Índios, Santa Luzia, Várzea, Emas, Coremas, Sousa, Igaracy, Cajazeiras, São José do Sabugi, São Mamede, Junco, Nova Olinda e Aguiar enfrentam o problema e depositam os seus resíduos sólidos em áreas impróprias.
Sem trabalho formal, Maria de Nildo e Silva, 36 anos, dedicou mais de dez anos de sua vida ao trabalho de coleta de plásticos, vidros e objetos jogados no lixão da cidade de Sousa. Ela contou que sai de casa juntamente com o marido e o filho às 5h e passa o dia inteiro trabalhando no lixão.
“A vida de nós aqui não é muito boa, não. A gente sai de casa de cinco da manhã e chega de seis da noite. Quando dá para trazer uma comida, nós traz, quando não traz, passa o dia de fome. Tem muita criança que trabalha aqui. Às vezes a gente acha ruim e às vezes não acha, porque estão trabalhando e não se envolvem com drogas”, disse.
Em alguns casos, as prefeituras de cidades do interior têm se unido na tentativa de solucionar o problema. Os municípios de Catingueira, Olho D’água e Emas estão elaborando uma parceria para acabar com os lixões. Em Itaporanga, Conceição e Coremas também há projetos para serem executados que preveem o fim dos locais, mas as ações ainda não foram efetivadas.
No Cariri, o lixão no município de Monteiro também desperta preocupações. Com mais de 31 mil habitantes, a área destinada para armazenar o lixo recolhido pela Secretaria de Infraestrutura fica localizada a sete quilômetros do Centro da cidade.
Mas um cadastro realizado pela prefeitura tem combatido a presença de crianças no local. De acordo com Ricardo Jorge Menezes, uma equipe monitora o lixão municipal para evitar que crianças e pessoas não cadastradas ‘invadam’ a coleta. “Os catadores cadastrados do lixão, em torno de 20 pessoas, recebem uma bolsa mensal de R$ 100. Além disso, eles estão assegurados no programa do PAC, que será executado com recursos na ordem de R$ 1 milhão para implantação de um aterro sanitário, uma vez que o município é a porta de entrada das águas do Rio São Francisco, pelo Eixo Leste, das obras da Transposição”, informou.
Em Patos, o lixo produzido pela população é despejado a seis quilômetros da zona urbana, em uma comunidade rural denominada Pilões, e 53 catadores sobrevivem da coleta dos materiais. Mas uma determinação da prefeitura e dos conselhos tutelares, em parceria com a Associação Patoense dos Catadores declarou ‘guerra’ ao trabalho infantil.
“O material reciclável é vendido no próprio local aos donos de sucatas. Em uma época atrás, achei um revólver com três balas e sempre encontramos de tudo. Por isso mesmo que decidimos colaborar com a proibição da entrada de menores aqui, porque é até perigoso”, considerou a presidente da associação, Maria Nilma Oliveira, 46 anos, que ‘ganhou’ a inimizade de alguns companheiros que levavam as crianças para trabalhar no local.
A Paraíba é considerada o segundo Estado do país que mais produz lixo por habitante. Um estudo desenvolvido pelo Ministério das Cidades, através do Diagnóstico de Manejo e Resíduos Sólidos Urbanos do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), mostra que o paraibano produz 1,56 kg de lixo por dia. O recorde da Paraíba só é superado pelo Distrito Federal cujos habitantes conseguem produzir uma média de 2,4 kg de lixo diário.