sábado, 16 de maio de 2009

Carta do deputado federal Luiz Couto aos familiares dos adolescentes executados em 2004 e a sociedade cajazeirense

JUSTIÇA: 16/05/2009 – Imagem: Júnior Barreto – Diante de uma platéia atentíssima e em número satisfatório, os presentes no recinto do Fórum Ferreira Júnior em Cajazeiras, o Deputado Federal Luiz Couto desabafou e mostrou-se indignado quando versejou das maneiras utilizadas pelos autores do bárbaro e hediondo ocorrido, “atiraram na cabeça, prática comum de quem quer executar, atiram muito bem, coisa de profissional”.
Em dado momento, no meio da fala do palestrante Neuriberto Monteiro Leite; a mãe de um dos chacinados não resistiu ao ouvir o nome do seu filho, a vítima Demétrio Cavalcanti, passou mal e foi necessário ser amparada e, conseqüentemente retirada daquele recinto, recomposta, após, retornou. O padre e deputado federal, Luiz Couto de posse a uma conduta e consciência tranqüila falou: “A verdade pode até demorar, mas, ela vem, a verdadeira identidade dos executores, mandantes e outros serão descobertas”. Outro fato desconhecido da sociedade foi esclarecido pelo deputado; “o delegado de Icó/CE havia pedido a prisão dos acusados, dias após a chacina, porém, não foi atendido, sinal de impunidade, a cena do crime foi mudada, os mandantes querem amedrontar as pessoas de bem, querem que o caso fique no esquecimento, não devemos desanimar jamais”. Luiz Couto afirmou que irá levar o caso ao conhecimento da COMISSÃO INTERAMERICANA DOS DIREITOS HUMANOS órgão de ação internacional e respeitado por resolver casos semelhantes em todo o mundo. A seguir o conteúdo da carta do deputado: Passados 05 anos de tão bárbaro ato praticado contra a vida dos 03 adolescentes que naquele domingo das mães de 2004 (09 de maio) foram brutalmente executados por “milícias armadas” que, agindo como justiceiros, puseram fim à vida de José Filho (14 anos), Demétrio Cavalcanti (17 anos) e Cícero Roberto (17 anos). A forma de execução destes adolescentes pelos requintes, de crueldade, seguida de torturas e outras formas de violência, desencadeou em cada um de nós e, no povo paraibano uma profunda indignação diante de tamanha atrocidade. Naquele ano de 2004 estávamos, na condição de Parlamentar Federal, presidindo uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigava a Ação do Crime Organizado e, o caso logo ganhou uma grande repercussão dentro dos trabalhos da CPMI no Congresso Nacional. Como deputado federal, fizemos diversas gestões junto aos vários órgãos do governo federal, especialmente junto ao Ministério da Justiça que, através da Secretaria especial de Direitos Humanos da Presidência da República, em resposta à nossa solicitação, designou um Delegado da Polícia Federal para coordenar o processo investigatório e contribuir na elucidação do caso. Naquela oportunidade, por ordem do Senhor Ministro de Estado da Justiça, foi designado o Delegado especial da Polícia Federal, Dr. Derly Pereira Brasileiro, para colaborar com a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba nas investigações. No dia 12 de junho de 2008, o Delegado da PF, Dr. Derly Brasileiro, assina um relatório que, em suas conclusões, diz: Verificou-se que, quando do inicio das investigações, havia melhor oportunidade de desvendar a autoria dos homicídios, o que fica com o passar dos anos, difícil, de se chegar a um resultado satisfatório. É claro, que este sentimento do delegado também não nos pareceu satisfatório. Por isso mesmo, continuamos buscando construir cenários mais propícios para a elucidação destes homicídios. Assim provocamos em outras oportunidades as autoridades policiais responsáveis pela Segurança Pública na Paraíba, a exemplo do último Secretário Eitel Santiago, cobrando deste, a apuração rigorosa e a punição exemplar dos assassinos. Já em abril de 2008, encaminhamos ao Ministro da justiça, Tarso Genro, um completo Dossiê relatando o ocorrido, com o nosso pedido para que o caso da Chacina dos Adolescentes de Cajazeiras, como ficou conhecido, na Paraíba e em todo o Brasil, não caísse no esquecimento, ficando na impunidade. Por essa razão me solidarizo inteiramente com a luta permanente dos familiares das vítimas e da população em geral que clama por Justiça e contra a Impunidade. O mal só avança, quando o bem fica parado! Parabéns às entidades de que integram o Comitê de Apoio às famílias dos Adolesces Chacinados pela este caso até a sua completa elucidação e punição dos assassinos. Podem contar conosco. Luiz Albuquerque Couto Deputado Federal – PT/PB